Bombardeio de Trump no Irã é considerado marco histórico que não eliminaria programa nuclear ou regime, dizem analistas

A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de bombardear três instalações nucleares no Irã foi classificada por analistas como um marco histórico, mas insuficiente para eliminar o programa nuclear iraniano ou provocar a queda do regime. O ataque, realizado na madrugada de domingo (22), representa a entrada formal de Washington na guerra iniciada por Israel e levanta preocupações sobre uma possível escalada no Oriente Médio.

As ações militares americanas miraram os complexos de Natanz, Isfahã e a base subterrânea de Fordow, considerada peça central do programa nuclear do país. Trump afirmou que a operação forçará o Irã a encerrar a guerra, mas especialistas apontam que a ofensiva pode provocar retaliações. O Irã, segundo analistas, encara a manutenção de seu programa nuclear como questão de sobrevivência política. A Guarda Revolucionária declarou que “a guerra começou para nós”, e há receio de reações como o fechamento do Estreito de Ormuz, por onde passa cerca de 25% do petróleo global.

Militarmente, os Estados Unidos mobilizaram aviões furtivos B-2, bombardeiros capazes de atingir bunkers profundos, além de porta-aviões e aviões-tanque já posicionados na região. Fontes indicam que Israel teria pressionado Trump a agir de imediato, aproveitando uma suposta fragilidade nas defesas iranianas. A resposta iraniana, no entanto, segue incerta e será determinante para os próximos passos do conflito.

Especialistas alertam que a ação de Trump pode contrariar seu discurso de não envolvimento em guerras no exterior, o que pode gerar desgaste interno em ano eleitoral. Ao mesmo tempo, o ataque fortalece a aliança com Israel e demonstra poder militar. No entanto, sem tropas em solo ou apoio diplomático mais amplo, analistas duvidam de resultados concretos a longo prazo.

Por: Beatriz Queiroz
Foto: Reprodução/AFP