O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), revogou nesta terça-feira (1) as convocações de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e Carlos Bolsonaro (PL-RJ) para depor como testemunhas de defesa no inquérito sobre o “núcleo 2” da investigação da suposta trama golpista. Os parlamentares haviam sido indicados pela defesa de Filipe Martins, ex-assessor da Presidência e um dos seis réus do caso.

Moraes argumentou que os dois filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro são investigados em apurações correlatas. Carlos Bolsonaro foi citado pela PF há duas semanas no inquérito sobre uma suposta estrutura paralela na Abin durante o governo anterior e Eduardo Bolsonaro é alvo de investigação no STF por suposta articulação de sanções contra autoridades brasileiras durante estadia nos EUA.

O ministro destacou que, como investigados em processos conexos e filhos de um réu principal (Jair Bolsonaro), eles não poderiam testemunhar.

“Todas as investigações são conexas. Ambos são filhos de um dos investigados em ação penal conexa, portanto, não podem ser ouvidos como testemunhas”, afirmou.

O “núcleo 2” da trama golpista apura supostas ações para manter Jair Bolsonaro no poder após a derrota eleitoral de 2022. Filipe Martins, réu no caso, tentou incluir os Bolsonaro como testemunhas para reforçar sua defesa. A decisão de Moraes, no entanto, inviabiliza essa estratégia.

O STF mantém as audiências das outras 116 testemunhas já convocadas. Enquanto isso, as investigações sobre Carlos (Abin) e Eduardo (sanções) seguem em curso, com possibilidade de novos desdobramentos. A defesa de Filipe Martins pode recorrer da decisão.

Por: Beatriz Queiroz
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