Israel rejeita retirar-se da Faixa de Gaza em caso de cessar-fogo

Israel rejeitou hoje retirar-se de Gaza, alegando que isso permitiria a reorganização do Hamas, dois dias depois de o presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, ter anunciado que
Tel Aviv aceitou um cessar-fogo de 60 dias.
“Sair de Gaza e depois, simplesmente, permitir que o Hamas se reagrupe, se reconstrua e nos ataque novamente, como eles dizem que querem fazer, não é uma opção”, afirmou o porta-voz do governo, David Mencer.
Ele afirmou, em entrevista coletiva, que o ataque do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023
marcou um ponto de virada na política de segurança do pais.
“Não permitiremos que uma organização terrorista jihadista que, em todas as oportunidades, manifesta a intenção de nos destruir e trabalha ativamente para fazê-lo, se instale a poucos metros das nossas casas”, acrescentou, citade, pela agência de notícias espanhola EFE.
As declarações de Mencer surgem depois de Trump ter anunciado, na terça-feira (1°), que Israel tinha aceitado uma proposta de cessar-fogo de 60 dias em Gaza e manifestado a esperança de que o Hamas também concordasse com o acordo.
A proposta de tréguas surge dias antes de Trump receber na Casa Branca o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, na próxima semana, numa visita em que deverão debater o conflito em Gaza.
Uma trégua de 60 dias é o princípio básico da proposta apresentada há meses pelo enviado da Casa Branca para o Oriente Médio, Steve Witkoff. Israel apoiou a proposta desde o início, mas o Hamas rejeitou em ocasiões anteriores, por não prever uma retirada israelense do território ou o fim da ofensiva.
O Hamas afirmou, na quarta-feira, que defende um acordo de trégua que inclua o fim da ofensiva israelense contra o enclave, a retirada das tropas de Israel e o fornecimento de ajuda aos habitantes de Gaza. A atual guerra em Gaza, um território com mais de 2 milhões de habitantes, começou em outubro de 2023, apos o ataque do Hamas em Israel que causou cerca de 1.200 mortos e 251 reféns.
A ofensiva militar israelense após o ataque deixou mais de 57 mil mortos em Gaza, a destruição de grande parte das infraestruturas do território e uma crise na assistência à população, que se viu privada de ajuda alimentar e médica. Das 251 pessoas raptadas em Israel em outubro de 2023, 49 continuavam detidas em Gaza, mas 27 delas foram declaradas mortas pelo Exército israelense.
O grupo radical Hamas, que governa Gaza desde 2007, é considerado uma organização terrorista por Israel, pelos Estados Unidos e pela União Europeia.
Por: Informações da Agência Brasil
Foto: Reprodução/REUTERS/RONEN ZVULUN