Israel ataca instalações nucleares no Irã e mata principais líderes militares do país

Israel realizou na madrugada de sexta-feira (13), no horário local, um ataque aéreo ao Irã com foco em alvos ligados ao programa nuclear do país. O bombardeio matou o chefe da Guarda Revolucionária Iraniana, Hossein Salami, e o chefe das Forças Armadas, Mohammad Bagheri. Dois cientistas nucleares também morreram. Teerã classificou a ação como “declaração de guerra” e prometeu retaliação.

Segundo autoridades israelenses, o principal alvo foi a usina de Natanz, considerada estratégica para o enriquecimento de urânio. Outro ponto atingido foi um aeroporto militar em Tabriz. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu declarou que o Irã está próximo de obter armas nucleares e que Israel “não permitirá que isso aconteça”.

O líder supremo iraniano, aiatolá Ali Khamenei, confirmou a morte de três dos principais chefes militares do país e nomeou novos comandantes para evitar colapso na cadeia de comando. Em pronunciamento, prometeu uma punição severa aos “perpetradores e apoiadores da agressão”. A capital Teerã registrou explosões em diversas regiões e viveu um cenário de pânico, com filas em mercados e postos de combustíveis. A TV estatal denunciou a morte de civis, incluindo mulheres e crianças, e reportou ao menos 50 feridos. A ofensiva israelense é considerada a mais agressiva desde a guerra contra o Iraque, em 1989.

Em resposta, o Irã lançou mais de 100 drones contra território israelense. A população foi orientada a buscar abrigo. O aiatolá Ali Khamenei prometeu que Israel enfrentará “um destino amargo”. O ministro das Relações Exteriores iraniano enviou um apelo à ONU pedindo ação imediata.

Os Estados Unidos, segundo o secretário de Estado Marco Rubio, foram informados sobre a operação, mas não participaram dos ataques. O ex-presidente Donald Trump cobrou que Teerã feche um acordo nuclear “antes que não sobre mais nada”.

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou que a instalação de Natanz foi atingida, mas sem aumento detectado nos níveis de radiação. Já dentro de Israel, críticas à escalada surgiram. Em editorial, o jornal Haaretz alertou para os riscos de prolongar uma guerra sem garantia de resultado e destacou que a retaguarda israelense pode sofrer sérios danos. Além de instalações nucleares, edifícios residenciais e apartamentos de autoridades iranianas foram alvos, incluindo o ex-negociador Ali Shamkhani, que morreu após ferimentos. Autoridades iranianas prometem uma resposta “destruidora” e antecipam um novo período de confrontos no Oriente Médio.

Por: Beatriz Queiroz
Foto: Reprodução/Valor/Globo