Procedimentos estéticos precoces viram realidade entre adolescentes influenciadas pelas redes sociais

Adolescentes como Duda Guerra, Liz Macedo e Júlia Pimentel, influenciadoras digitais em ascensão no Brasil, têm recorrido a procedimentos estéticos cada vez mais cedo, a partir dos 14 anos, nas principais capitais do país, motivadas pela exposição constante em redes sociais e pela pressão para corresponder a padrões de beleza irreais impostos pelo ambiente digital.
Duda Guerra, aos 16 anos, compartilhou com seus seguidores o resultado de uma harmonização facial que incluiu retoques no nariz, queixo e lábios. Liz Macedo, com apenas 14, fez uma rinoplastia e viralizou ao publicar o antes e depois com a frase “ninguém vai te amar se você não for atraente”. Já Júlia Pimentel ainda não revelou procedimentos invasivos, mas segue promovendo uma rotina estética intensa, reflexo de uma geração que cresceu sob os filtros e julgamentos das redes.
Para especialistas como a médica Danuza Alves, o fenômeno revela um alerta sobre os impactos emocionais da comparação constante e da superexposição online. A profissional aponta que a insatisfação com o corpo atinge níveis alarmantes já na puberdade, com adolescentes buscando mudanças estéticas para se sentirem aceitos. Segundo dados recentes, a maioria dos jovens sente-se pressionada pelos padrões virtuais, e isso tem aumentado a procura por cirurgias plásticas ainda na adolescência.
Mais do que uma tendência estética, esse comportamento revela um problema social e emocional profundo. Embora alguns procedimentos possam, sim, melhorar a autoconfiança, especialistas reforçam que o verdadeiro cuidado deve começar com escuta, diálogo e orientação. Nessa fase de construção pessoal, o acolhimento e o incentivo à autoestima saudável precisam vir antes da intervenção estética — para que meninas e meninos aprendam a gostar de quem são fora dos filtros.
Por: João Pena
Foto: Reprodução / Instagram