Desmatamento cai em quase todo Brasil em 2024, diz MapBiomas

No ano passado, o desmatamento diminuiu em todos os biomas do Brasil, exceto na Mata Atlântica, que manteve uma taxa estável após uma queda acentuada em 2023 e foi afetada pelas inundações no Rio Grande do Sul. Os números, divulgados nesta quinta-feira pelo MapBiomas, marcam a primeira vez que tantos biomas apresentaram uma redução na perda de vegetação nativa desde 2019, quando a organização começou a emitir alertas de desmatamento baseados em imagens de satélite.

No total, a iniciativa MapBiomas Alerta validou e publicou 60.983 alertas no ano passado, que somaram 1.242.079 hectares desmatados nos seis biomas brasileiros. Segundo a pesquisa, a área total desmatada no Brasil recuou 32,4% em relação a 2023, enquanto o número de alertas validados caiu 26,9%. Este foi o segundo ano consecutivo de redução no desmatamento: em 2023, a retração havia sido de 11% em comparação com 2022.

 “A queda no desmatamento é fruto do aumento de ações de combate dos governos estaduais e federal. Além disso, há desde 2023 um movimento de bancos de checagem se há desmatamento antes de concederem crédito rural. O desmatamento beneficia poucos, que lucram com ele, e causa consequências negativas para toda a sociedade”, alerta Tasso Azevedo, coordenador-geral do MapBiomas.

O Cerrado foi o bioma com a maior área desmatada pelo segundo ano consecutivo. Foram 652.197 hectares de vegetação perdida,  52,5% do total desmatado no Brasil em 2024.

A região do Matopiba, que compreende Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, concentrou 75% do desmatamento do Cerrado e cerca de 42% de toda a perda de vegetação nativa no país. Os valores, no entanto, representam uma queda de 40% em relação a 2023. Os quatro estados que pertencem ao grupo estão entre as cinco unidades federativas que mais desmataram em 2024.

Por: Carolina Sepúlveda 

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