Bolsonaro admite possibilidade de fraudes no INSS durante mandato e apoia CPI

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiu nesta quarta-feira (14) a possibilidade de que fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) tenham ocorrido durante sua gestão (2019–2022). Apesar de afirmar que o esquema “explodiu” no atual governo Lula, o ex-presidente disse que apoia a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar o caso.
“É possível [que os descontos indevidos tenham ocorrido em meu governo], e vai ser investigado. Se, por ventura, alguém do meu governo fez algo de errado, que pague. E ponto final”, afirmou Bolsonaro em entrevista ao portal UOL.
O escândalo envolve descontos irregulares aplicados em benefícios de aposentados e pensionistas do INSS. De acordo com a Polícia Federal, o prejuízo estimado chega a R$ 6,3 bilhões, com fraudes ocorrendo entre 2019 e 2024. A operação “Sem Desconto”, deflagrada em abril, revelou que entidades associativas descontavam valores sem autorização dos beneficiários, utilizando acordos de cooperação técnica firmados com o instituto.
Na entrevista, Bolsonaro ponderou que não é possível garantir uma gestão completamente livre de corrupção.
“Você não tem como falar em corrupção zero. Você pode até buscar. É como zero absoluto, não tem como chegar lá. Tem que investigar. Agora, explodiu no governo do Lula. Explodiu”, afirmou.
Na segunda-feira (12), a oposição e aliados do ex-presidente no Congresso protocolaram o pedido de criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar as fraudes. A proposta foi assinada por ao menos 36 senadores e 223 deputados federais.
Por: Beatriz Queiroz
Foto: Arquivo OnBus