Comissão de Direitos Humanos da Câmara do Rio debate denúncia contra a CBF por supostas práticas de assédio moral e sexual

A Comissão Permanente de Defesa dos Direitos Humanos da Câmara Municipal do Rio de Janeiro realizou, nesta quarta-feira (30), uma reunião extraordinária híbrida, conduzida pelo vereador Marcos Dias, presidente da Comissão e autor da denúncia formalizada junto ao Ministério Público do Trabalho (MPT) contra a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) por supostas práticas de assédio moral e sexual.

Durante a reunião, realizada na Sala das Comissões da Câmara Municipal, com a presença dos vereadores Marcos Dias e Rafael Satiê (presencialmente) e Flávio Pato (de forma remota), todos os membros da Comissão reforçaram a importância do sigilo absoluto e da proteção integral aos denunciantes, diante da gravidade dos relatos recebidos.

Os parlamentares também destacaram o compromisso da Comissão com a apuração rigorosa dos fatos e a gravidade do descumprimento do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado pela CBF com o MPT em 2021.

“O direito do cidadão precisa ser respeitado. Venho de um tempo em que estudávamos moral e cívica. Eram tempos difíceis, mas havia respeito. Hoje se fala em liberdade, em democracia – mas o que temos visto é uma libertinagem irresponsável, que normaliza o desrespeito e corrói os valores humanos”, declarou o vereador Marcos Dias, presidente da Comissão.

“O futebol brasileiro é uma instituição respeitada pelo mundo, mas infelizmente esse respeito não passa pela instituição (CBF). Se já existe um termo e ele é quebrado, isso revela que essa entidade está também rompendo com os direitos humanos”, afirmou o vereador Rafael Satiê, que manifestou apoio à denúncia e aos desdobramentos da investigação.

“Estamos falando da maior entidade esportiva do país. Não é de hoje que escândalos cercam a CBF. A quebra do TAC representa uma segunda traição: primeiro, pelos abusos cometidos; depois, por descumprir o que já havia sido acordado com o Ministério Público. A peça apresentada é bem fundamentada – e os erros da entidade se refletem até dentro de campo”, pontuou o vereador Flávio Pato.

Desde a formalização da denúncia, seis novos relatos de possíveis vítimas foram recebidos pelo gabinete do vereador Marcos Dias, todos sob sigilo absoluto.

Encaminhamentos deliberados pela Comissão:

•⁠ ⁠Oficiar o Ministério Público do Trabalho, solicitando resposta formal à denúncia apresentada;
•⁠ ⁠Oficiar solicitando convite formal à Comissão de Direitos Humanos da OAB/RJ, na pessoa do presidente, Dr. Sílvio Guerra, para acompanhamento institucional do caso;
•⁠ ⁠Oficiar a CBF, solicitando manifestação formal sobre os fatos denunciados.

A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos segue atuando com firmeza e transparência na apuração de todos os casos que envolvam violações à dignidade no ambiente de trabalho.

Canais de contato da Comissão: (21) 3814-1357 | (21) 3814-1358 | WhatsApp: (21) 98342-0000