Juros do rotativo sobem e crédito para famílias chega 56,4% ao ano, diz Banco Central

Informações do Banco Central (BC), divulgadas nesta quarta-feira (30), indicam que os bancos aumentaram as taxas médias de juros para famílias e empresas em março, tanto no crédito livre quanto nas concessões de empréstimos direcionados. A elevação atinge 2,5% na taxa média anual do cartão de crédito rotativo – 445% – no crédito livre para indivíduos.
As operações de crédito livre para pessoas físicas estão entre as modalidades mais altas do mercado. Nesse formato, os bancos possuem autonomia para emprestar o dinheiro captado e definir as taxas de juros que serão cobradas aos clientes. Já no crédito direcionado, as regras são definidas pelo governo modelo que é majoritariamente direcionado a setores específicos, como rural, infraestrutura, microcrédito e outros.
Segundo o Banco Central, a taxa média de juros do crédito livre para famílias subiu 0,3% em março, acumulando alta de 3% em 12 meses e chegando a 56,4% ao ano.
No cheque especial, os juros caíram 8% no mês, mas ainda acumulam alta de 6,1% em 12 meses, atingindo 134,2% ao ano abaixo do limite de 151,82% ao ano, fixado desde 2020.
Para as empresas, os juros médios nas novas contratações de crédito livre subiram 0,8% em março e 3,5% no ano, chegando a 24,6%. Já o cheque especial empresarial teve alta de 9% no mês, com taxa de 349,2% ao ano.
Os juros rotativos incidem quando o consumidor paga menos que o total da fatura do cartão de crédito. A diferença vira um empréstimo, com juros aplicados sobre o valor não quitado.
Desde 2017, para conter o endividamento das famílias, o Banco Central limitou o uso do crédito rotativo a até 30 dias, ou seja, até o vencimento da fatura seguinte. Após esse prazo, se a dívida não for paga, ela deve ser financiada por outra linha de crédito, como o parcelamento da fatura.
Por: Carolina Sepúlveda
Foto: Reprodução