Descoberta científica revela aceleração do envelhecimento cerebral a partir dos 44 anos

Um estudo conduzido por cientistas internacionais, publicado na Academia Nacional de Ciências dos EUA em 2024, revelou que o cérebro humano começa a envelhecer mais rapidamente a partir dos 44 anos. A pesquisa foi realizada com exames de ressonância magnética funcional (fMRI) de mais de 19 mil pessoas, analisando como e por que ocorre a degradação das redes neurais com a idade.

A equipe identificou uma “janela crítica” entre os 44 e 67 anos, período em que o cérebro apresenta maior dificuldade de acesso à energia, antes que danos irreversíveis se instalem. Entre os principais fatores está a resistência neuronal à insulina, que compromete o metabolismo cerebral e acelera o declínio. Após os 67 anos, o processo de envelhecimento continua, mas em um ritmo mais estável, atingindo um platô próximo aos 90 anos.

Em busca de alternativas para conter esse declínio, os cientistas testaram a administração de cetonas, uma fonte alternativa de energia ao invés da glicose , em um estudo clínico com 101 voluntários. Os resultados foram animadores, especialmente entre os participantes entre 40 e 49 anos, cujos cérebros demonstraram melhor resposta às cetonas, sugerindo um caminho promissor para intervenções precoces.

Apesar dos avanços, os pesquisadores ressaltam que os achados ainda não são definitivos. Novos estudos serão necessários para confirmar se o uso de cetonas pode realmente retardar o envelhecimento cerebral e prevenir doenças neurodegenerativas. Para o pesquisador Botond Antal, a descoberta abre portas para identificar precocemente quem está mais vulnerável e agir antes que os danos se agravem.

Por: João Pena
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