Mulher que pichou estátua com batom no 8 de janeiro pede perdão a Moraes

A mulher que pichou a estátua “A Justiça” com os dizeres “Perdeu, mané” durante os atos antidemocráticos do 8 de janeiro pediu perdão ao ministro Alexandre de Moraes, em uma carta, pelo que chamou de “ato tão desprezível”. O documento, que foi escrito à mão por Débora Rodrigues dos Santos em outubro do ano passado, só foi revelado nesta quarta-feira (26), no mesmo dia em que Bolsonaro e outras sete pessoas viraram réus por tentativa de golpe de Estado.

Em depoimento virtual, Débora relatou que foi a Brasília por acreditar que seria uma “manifestação pacífica e sem transtornos”, mas percebeu que o “movimento foi ficando acalorado”.

“Fui a Brasília pois acreditava que aconteceria uma manifestação pacífica e sem transtornos, porém, aos poucos, fui percebendo que o movimento foi ficando acalorado”, prosseguiu.

“Repudio o vandalismo, contudo eu estava ali porque eu queria ser ouvida, queria maiores explicações sobre o resultado das eleições tão conturbadas de 2022. Por isso no calor do momento cheguei a cometer aquele ato tão desprezível (pichar a estátua)”, escreveu ela.

A mulher disse ainda que, quando estava próxima à estátua, um homem começou a escrever a frase e pediu para que ela continuasse. Segundo a carta, Débora não sabia o valor simbólico daquela estátua e o que ela representava. Pela proposta de Moraes, Débora receberia uma pena de 14 anos de prisão em decorrência do vandalismo. Porém, o ministro Luiz Fux pediu vista e interrompeu o julgamento. Nesta quarta, Fux afirmou que irá propor uma pena menor.

Por: Ágatha Araújo

Foto: reprodução