Caso Moïse: Justiça do Rio inicia júri popular de acusados pela morte do congolês

A 1ª Vara Criminal do Rio realiza nesta quinta-feira (11) o júri popular dos acusados pelo assassinato do congolês Moïse Kabagambe. O crime ocorreu em janeiro de 2022 em um quiosque na Barra da Tijuca, na Zona Oeste. A vítima, de 24 anos, foi espancada até a morte pelos réus Fábio Pirineus da Silva, conhecido como “Belo”, e Aleson Cristiano de Oliveira Fonseca, o “Dezenove”. Presos desde 2022, os dois respondem por homicídio doloso triplamente qualificado, com motivo fútil, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima.
As câmeras de segurança do quiosque registraram toda a cena do crime. Nas imagens, é possível ver o congolês recebedno ao menos 30 pauladas dos agressores — parte delas enquanto estava imobilizado no chão, sem chance de defesa. Ele também teve as mãos e os pés amarrados pelos denunciados.
Além de Belo e Dezenove, há outro acusado, identificado como Brendon Alexander Luz da Silva e apelidado de “Tota”. Porém, ele não será julgado na sessão. A defesa do réu recorreu da sentença de pronúncia e o seu nome foi desmembrado do processo originário. O pedido da defesa está em tramitação no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Segundo a denúncia, Brendon foi responsável por imobilizar o congolês no chão.
De acordo com a Polícia Civil, o motivo da violência foi um desentendimento após Moïse cobrar valores de duas diárias de trabalho no quiosque. Os acusados, por sua vez, alegaram que o ataque teria começado após o congolês, supostamente embriagado, tentar pegar uma cerveja da geladeira do Tropicália, quiosque de onde havia sido dispensado cinco dias antes, depois de beber durante o serviço.
A causa da morte de Moïse Kabagambe foi identificada como traumatismo do tórax, com contusão pulmonar, resultante de ação contundente.
Por: Ágatha Araújo
Foto: reprodução