Ergofobia: pavor do trabalho, especialistas recomendam exposição gradual para tratamento

A lista de fobias existentes é longa e deve ser atualizada com frequência pelos psiquiatras. Algumas delas são inusitadas e geram dificuldades cotidianas para os pacientes. Este é o caso da nomofobia, por exemplo, que é o medo de perder o celular, ou dos ergófobos, que têm pavor do trabalho.

As fobias provocam o que os profissionais de saúde denominam “submersão emocional”, impedindo os pacientes de agir de forma lógica. Segundo a psiquiatra francesa Margaux Dutemple, a fobia é caracterizada pelo grau de ansiedade do paciente.

“O medo é uma emoção normal. Mas a especificidade da fobia é que esse pavor ficará focado em um objeto ou situação particular. É isso que define o caráter específico da fobia”, explica Margaux.

As fobias levam os pacientes a evitar certas situações para evitar o pânico que elas desencadeiam. Esse evitamento é uma característica típica da patologia. De acordo com a médica francesa, geralmente as pessoas buscam ajuda quando esse medo impede ou atrapalha um projeto.

A psiquiatra Margaux Dutemple explica que as fobias podem ser específicas, como o medo de objetos ou situações, ou generalizadas, associadas a comorbidades como síndrome do pânico, ansiedade ou depressão. Um exemplo é a hematofobia, o medo do sangue, que pode causar grande ansiedade durante a gravidez e o parto.

Fobias também podem ter origem no estresse pós-traumático e, embora a causa não seja essencial para o tratamento, o importante é expor o paciente gradualmente ao medo, usando terapias específicas, sem causar traumas. Mesmo tratamentos iniciados tardiamente podem ser eficazes.

As terapias seguem uma abordagem gradual, começando com situações menos desafiadoras, como ficar em cima de uma cadeira, e progredindo aos poucos até enfrentar o medo maior. Fobias não causam problemas de saúde como hipertensão, apesar de gerarem sintomas temporários, como suor e taquicardia. Problemas cardiovasculares, por outro lado, estão mais relacionados ao estresse crônico.

Por: Carolina Sepúlveda 

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