Subsecretário e agentes penitenciários são afastados por suspeita de extorsão no Complexo de Gericinó

O subsecretário de Tratamento da Secretaria de Administração Penitenciária do Rio (Seap), Lúcio Flávio Correia Alves, e três agentes penais foram afastados dos cargos nesta quarta-feira (12) por suspeita de envolvimento em um esquema de extorsão de presos no Hospital Hamilton Agostinho, dentro do Complexo Penitenciário de Gericinó.

Segundo o Ministério Público, o grupo cobrava valores para emitir laudos e atestados médicos, especialmente de detentos com maior poder aquisitivo. A investigação, conduzida pelo Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), inclui ainda uma advogada suspeita de intermediar os pagamentos entre os presos e seus familiares.

Durante a operação, 10 mandados de busca e apreensão foram cumpridos na unidade. As denúncias chegaram à Corregedoria da Seap, que iniciou uma apuração interna antes de encaminhar o caso ao MP.

Um dos detentos afirmou ter pago cerca de R$ 200 mil ao longo de quatro meses para obter um laudo médico e manter a cela aberta durante o dia. Ele relatou que os agentes exigiam pagamentos diários de R$ 1 mil, em dinheiro ou via PIX, e que chegou a ser cobrado em R$ 50 mil para não sofrer represálias.

A Seap informou que foi notificada da decisão e que seguirá todas as determinações judiciais. O caso segue sob investigação.

 

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