Justiça da Paraíba reconhece cão como parte ativa em processo por erro veterinário contra prefeitura
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Uma decisão pioneira na Justiça da Paraíba considerou um cão como parte de um processo legal. Na última quinta-feira (13), a juíza Flávia da Costa Lins, responsável pelo 1o Juizado Especial da Fazenda Pública da capital, concedeu autorização para um animal de estimação se tornar parte ativa em um processo contra a prefeitura de João Pessoa, que é acusada de falha em um serviço veterinário.
O caso se refere aos prejuízos sofridos pelo cão, conhecido como Pelado, que teria enfrentado problemas após ser submetido a um exame de raio-x em uma clínica veterinária administrada pela municipalidade. Segundo Francisco Garcia, advogado do animal, o pet começou a mancar assim que saiu da sala de exames, resultando na solicitação de compensação por danos materiais, morais e estéticos.
A juíza Flávia da Costa Lins destacou que essa é a primeira vez que um animal doméstico foi aceito como legitimado para atuar como parte ativa em uma ação no Juizado.
Embora a defesa do município tenha questionado a legitimidade do animal para mover a ação, a juíza entendeu que Pelado poderia, sim, mover a ação, mesmo sendo representado por seu tutor. “Ficou decidido pela possibilidade de o animal doméstico em questão, desde que devidamente representado, figurar no polo ativo desta demanda”, explicou Flávia da Costa Lins.
Na quinta-feira, a tentativa de conciliação entre as partes foi frustrada e, como resultado, a juíza determinou a realização de uma avaliação veterinária no cachorro para verificar a veracidade das alegações de erro médico e os possíveis danos causados ao pet.
“A Justiça deve acompanhar a evolução dos fatos e, nesse sentido, deve se dar especial relevância às relações afetivas e jurídicas existentes entre o homem e os animais domésticos”, reforçou a magistrada.
Por: Carolina Sepúlveda
Foto: Reprodução Internet