Gerente de estaleiro ilegal na Ilha do Governador e outras 8 pessoas são detidas por crimes ambientais

Na manhã desta segunda-feira (10), o gerente de um estaleiro ilegal na Ilha do Governador, na Zona Norte do Rio, foi detido em flagrante, juntamente com outras 8 pessoas, acusados de crimes ambientais. De acordo com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Sustentabilidade e o Instituto Estadual do Ambiente, a Superpesa atuava como um “depósito de navios velhos”.

Oficiais de fiscalização indicam que o estaleiro lançava metais pesados e óleo diretamente na Baía de Guanabara. Ao longo de três meses de investigação, os funcionários do Inea observaram a remoção de componentes dos navios de maneira imprópria. Os maçaricos eram usados para cortar o aço dos navios, e os restos eram descartados sem qualquer cuidado.

“Aqui eles têm uma maquiagem que é uma licença municipal para reparos de navios. Estamos há meses através da nossa inteligência, usando até drones, acompanhando que não estão sendo feitos reparos. O que eles fazem aqui é o desmanche dessas navegações. Para fazer isso tem que ter uma autorização que não é simples, tem todo um acompanhamento, tem que fazer a descontaminação, entre outras coisas. Aqui tem óleo diesel, chumbo e mercúrio, por exemplo, sendo despejados na água”, explica Bernardo Rossi, secretário de Ambiente e Sustentabilidade.

A ação contou com o apoio da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) e do batalhão da Polícia Ambiental. Segundo Rossi, outros locais na cidade também estão sendo alvo de investigação. O secretário pontua que as medidas buscam tornar o Rio a “metrópole azul”:

“Essa operação não visa somente os Jogos Pan-Americanos, mas tornar o Rio uma metrópole azul. A empresa que estamos hoje tinha um grande faturamento em cima dessa poluição da Baía de Guanabara, o que causa um estrago na natureza.”

Segundo o secretário, o dono será compelido a contratar uma empresa para realizar a descontaminação da área. Ademais, a penalidade pelo delito ambiental praticado pela companhia pode atingir R$ 50 milhões. O GLOBO entrou em contato com o Superpesa, contudo, até o fechamento desta matéria, a companhia não havia respondido.

Por: Carolina Sepúlveda 

Foto: Márcia Foletto / Agência O Globo