Centro do Rio enfrenta onda de invasões e depredações em imóveis históricos

O Centro do Rio de Janeiro vive um cenário de caos e abandono, com dezenas de imóveis históricos invadidos e depredados por moradores de rua, usuários de drogas e grupos organizados. A Rua Sete de Setembro, uma das principais vias da região, é um dos epicentros do problema, com lojas fechadas e sobrados históricos tomados por invasores que promovem furtos, depredações e até mesmo usam os locais como depósitos de mercadorias ilegais.

Relatos de comerciantes e moradores, que preferiram não se identificar por medo de represálias, revelam que os invasores arrancam fiações, vendem metais de fachadas e deixam os imóveis em condições precárias, com fezes, urina e risco de desabamento.

“Eles arrancam tudo: calhas de cobre, disjuntores, luminárias. O prejuízo é enorme, e muitos proprietários desistem de alugar os imóveis”, explica Adriano Nascimento, gerente da Sergio Castro Imóveis.

A situação se repete em outras ruas, como Teófilo Otoni, Visconde de Inhaúma e Rua da Carioca, onde o projeto de revitalização “Rua da Cerveja” tenta ganhar força. A falta de fiscalização e a inação das autoridades são apontadas como principais causas do problema.

“A cidade vai perder também a Sete de Setembro, que é uma rua de importância histórica?”, questiona Maria Izabel Castro, do Polo das Confeitarias.

A insegurança também afeta frequentadores de espaços culturais, como o Teatro João Caetano, onde assaltos são comuns. “Eles chegam com facas e ameaçam as pessoas. É muito complicado frequentar essa parte da cidade”, relata uma frequentadora assídua.

A Secretaria de Ordem Pública afirma que realiza ações diárias de desobstrução e acolhimento, mas os resultados ainda são insuficientes. Enquanto isso, a Polícia Militar destaca investimentos em tecnologia e reforço no policiamento, mas o problema persiste, colocando em risco o patrimônio histórico e a segurança de quem circula pela região.

Por: Beatriz Queiroz
Foto: Reprodução