MP investiga deputada Índia Armelau por suspeita de participar de ‘rachadinha’ na Alerj

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) está investigando a deputada estadual Bolsonarista Índia Armelau (PL) por suspeita de praticar o crime de rachadinha em seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). A prática de rachadinha consiste no repasse clandestino de parte dos salários de servidores públicos aos parlamentares. No caso de Índia Armelau, os assessores da deputada eram forçados a devolver entre R$ 1.470 e R$ 2.940 do seu auxílio alimentação.

Segundo os relatos de ex-funcionários e funcionários do gabinete da deputada, o repasse de dinheiro acontecia, em grande parte, em espécie e muitas vezes dentro do próprio gabinete de Armelau, mas também em outros locais, como na academia da parlamentar e até na sua residência. Em entrevista ao RJ2, o ex-chefe de gabinete, Leandro Araújo, relatou que presenciou o repasse de dinheiro várias vezes e até foi informado por Armelau que os valores entregues aos assessores serviam para “pagar as contas”.

Foi o próprio Leandro quem deu partida nas denúncias, e afirmou que os repasses eram feitos por meio de um aplicativo de mensagens, onde os pagamentos eram chamados de “documento” em mensagens, como uma forma de disfarçar o ato ilegal. A cobrança era feita constantemente, com os assessores sendo instruídos a entregar o dinheiro próximo ao dia 20 de cada mês, data do pagamento do auxílio alimentação.

“Depois dos primeiros meses eu comecei ver o movimento das pessoas que entravam e iam para a sala do lado para entregar para esse rapaz um pacote. (…) Teve dias que eu entrei para entregar e eu vi um dinheiro”, contou Leandro.

Em nota, a deputada Índia Armelau negou as acusações.

“Nesses tempos em que são recorrentes os casos de manipulação de áudios e vídeos, até por inteligência artificial, assusta a que ponto chega a maldade humana. Eu vou tomar as medidas legais cabíveis sobre essas mentiras. O mandato é íntegro, não será manchado por pessoas e pseudo ex-funcionários vingativos, sem aptidão técnica, que mentem e difamam para tentar destruir a minha reputação e demais assessores do gabinete.”

Por: Ágatha Araújo

Foto: divulgação/Alerj