Jaé: Prefeitura adia novamente substituição completa do RioCard

Nesta quarta-feira (09), o prefeito Eduardo Paes (PSD) anunciou o adiamento da adoção do novo bilhete eletrônico Jaé em todos os modais de transporte do munícipio. A substituição do RioCard pelo Jaé só será obrigatória a partir de 1° de julho.

A substituição completa estava prevista para o dia 1º de fevereiro. Contudo, muitas pessoas encontraram dificuldades para fazer o cadastro, marcar a retirada do cartão ou validar o benefício de gratuidade para idosos, por exemplo. Após 1 ano de lançamento do Jaé, somente 1% das passagens eram pagas com o cartão, o que demonstra a dificuldade na adoção do novo sistema.

“Eu vou dar um tempo maior e eu sei que as pessoas que estão indo agora porque falta um mês vão deixar de ir. Essas pessoas só vão voltar a ir quando faltar dez dias, daqui a alguns meses”, comentou Paes na coletiva em que anunciou o adiamento.

“Vai dar confusão. Eu sei. E no dia que começar vai ter o cara falando que não foi avisado. É isso mesmo. É a vida como ela é. É uma operação complexa mesmo”, analisou o prefeito.

O planejamento original da Prefeitura previa a substituição total do RioCard em até julho de 2024. Entretanto, o prazo não foi cumprido. Primeiro, a prefeitura anunciou que a troca definitiva aconteceria em 1º de fevereiro de 2025 e agora o novo prazo foi divulgado.

“Quando a gente fala de Jaé e de RioCard, a gente fala aqui de uma coisa que há muitos anos todos cobram que se resolva. Estamos falando da caixa preta dos transportes”, disse o prefeito.

Na coletiva, Paes destacou que o objetivo da troca para o novo sistema é acabar com a caixa preta dos transportes do Rio de Janeiro. O prefeito aproveitou para fazer duras críticas ao Sindicato das Empresas de Ônibus da Cidade do Rio de Janeiro (Rio ônibus) e à Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor).

“Só para gente entender, vamos dar nomes aos bois: RioCard é igual a Rio Ônibus e Fetranspor. Esses são os donos do RioCard, que existe na prefeitura e no Estado. (…) O que está em jogo aqui são bilhões e bilhões de reais. Na cidade do Rio de Janeiro, são 2,5 milhões de viagens por dia. E o poder público que paga subsídio não tem acesso às informações de quantas pessoas andaram. É fundamental entender isso”.

RioCard é a raposa cuidando do galinheiro”,completou o prefeito.

Em nota, a Riocard informou que “apoiou o processo de transição para o novo sistema de bilhetagem da Prefeitura, entendendo a importância de manter o atendimento à população da cidade do Rio”.

Por: Ágatha Araújo

Foto: divulgação