Justiça britânica retoma julgamento sobre responsabilidade pelo desastre de Mariana nesta segunda (13)

O julgamento sobre a responsabilidade da mineradora BHP no rompimento da barragem da Samarco, em Mariana, Minas Gerais, em 2015, será retomado no dia 13 de janeiro, em um tribunal britânico. A ação, movida pelo escritório de advocacia Pogust Goodhead, representa 620 mil pessoas, 46 municípios e 1.500 empresas afetadas pela tragédia. O objetivo é responsabilizar a BHP pela catástrofe, já que a Vale não é ré nesse processo.

A tragédia resultou em 19 mortes, 3 desaparecidos e milhares de desabrigados. Além disso, cerca de 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos tóxicos foram liberados no meio ambiente, afetando 49 municípios e atingindo o mar do Espírito Santo. O PG alega que a Samarco, controlada pela BHP, já sabia da instabilidade da barragem desde 2013, e um ex-engenheiro da empresa admitiu conhecer rachaduras na estrutura em 2014.

A BHP, por sua vez, defende que o caso foi resolvido no Brasil, com um acordo de R$ 170 bilhões firmado para reparação dos danos. No entanto, o escritório de advocacia das vítimas segue buscando justiça internacional, com possíveis indenizações estimadas em R$ 230 bilhões, caso a BHP seja considerada responsável. O julgamento será retomado com a oitiva de especialistas em direito ambiental brasileiro entre 13 e 21 de janeiro.

Por: Beatriz Queiroz
Foto: Arquivo OnBus