Queda de avião no Cazaquistão pode ter sido causada por míssil do sistema de defesa russo, diz agência

Na quarta-feira (25), um avião Embraer SA 190 da Azerbaijan Airlines caiu no Cazaquistão, matando 38 pessoas. De acordo com o site de notícias Caliber, ligado ao governo do Azerbaijão, a aeronave foi abatida por um sistema de defesa aérea russo durante uma tentativa de pouso de emergência.

Autoridades governamentais não identificadas informaram que sistemas de guerra eletrônica russos paralisaram completamente a comunicação do avião. Andriy Kovalenko, da segurança nacional ucraniana, citou imagens de coletes salva-vidas perfurados. A hipótese de que o avião foi derrubado por um míssil russo foi confirmada por fontes da Reuters e um funcionário americano.

O presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, pediu cautela antes de presumir as razões do acidente, mencionando mau tempo como um fator que forçou a mudança de rota. Autoridades da Rússia e do Cazaquistão pediram que se aguardem os resultados das investigações, enquanto a caixa-preta já foi recuperada.

A aeronave, que ia de Baku a Grozny, na Chechênia, desviou centenas de quilômetros de sua rota planejada. Testemunhas locais relataram ataques de drones e sistemas de defesa aérea russos ativos na região.

Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, e Mäulen Äşimbaev, presidente do Senado do Cazaquistão, enfatizaram a necessidade de esperar os resultados oficiais das investigações. A Embraer e a CENIPA enviaram representantes ao Cazaquistão, e a Azerbaijan Airlines anunciou a suspensão de voos para Grozny e Makhachkala.

Especialistas em aviação, como Andrei Litvinov e Serik Mukhtybayev, descartaram a hipótese de impacto com aves. Dados do Flightradar24.commostram que a aeronave enfrentou interferências de GPS. Se confirmada a tese do míssil, o incidente terá semelhanças com a derrubada do voo MH17 da Malaysia Airlines em 2014.

As autoridades agora trabalham na identificação das vítimas, com 11 dos 29 sobreviventes ainda em terapia intensiva.

Por: Beatriz Queiroz
Foto: Issa Tazhenbayev/AFP