Mais de 17 mil petropolitanos vivem em áreas de risco, aponta novo estudo

Camila Lyrio, de 40 anos, observa diariamente os destroços deixados pelo deslizamento de fevereiro de 2022 no Morro da Oficina, Alto da Serra, em Petrópolis. A tragédia vitimou 235 pessoas e deixou marcas profundas na cidade da Região Serrana do Rio. De acordo com um recente mapeamento do Departamento de Recursos Minerais (DRM), mais de 17 mil moradores vivem em áreas classificadas como de alto e muito alto risco de deslizamentos, sendo o bairro Independência o mais vulnerável, seguido pelo Morro da Oficina.

Apesar de sua casa ter sido liberada pela Defesa Civil, Camila ainda teme as chuvas:

“Minha casa alaga até com chuvas brandas. A orientação é voltar, mas se a sirene tocar, temos que sair. A rota de fuga, no entanto, também é perigosa”, relata a moradora, que criou o grupo “Movimento Morar Sem Medo” para mobilizar a comunidade.

Ao todo, 6.311 moradias estão em áreas de risco alto ou muito alto, enquanto outras 8.857 requerem monitoramento. A tecnologia empregada no mapeamento atual, como drones e tablets, permitiu maior precisão na análise. Contudo, ações de contenção e prevenção ainda são insuficientes, apesar das 146 obras concluídas e 45 em andamento na cidade.

A chegada do verão aumenta a apreensão dos moradores, com relatos de insegurança e interrupção do aluguel social, essencial para muitos. Enquanto isso, o município analisa o novo estudo para planejar futuras medidas de mitigação e prevenção.

Por: Beatriz Queiroz
Foto: Reprodução