O Auto da Compadecida 2: João Grilo e Chicó voltam às telonas com novas aventuras no sertão
Neste Natal, as telonas trazem de volta duas figuras que marcaram o cinema brasileiro: João Grilo e Chicó, protagonistas de O Auto da Compadecida, que agora retornam em uma sequência que vai emocionar e arrancar risadas. Sob a direção de Flávia Lacerda e Guel Arraes, o filme revisita o sertão nordestino, 20 anos após os eventos do primeiro longa, com uma nova perspectiva sobre os dilemas da sociedade atual.
A ideia da sequência começou a tomar forma em 2019, quando Arraes, um dos diretores, decidiu construir uma narrativa que dialogasse com os problemas atuais.
Chicó, agora morador tranquilo de Taperoá, entretém os moradores com a história da ressurreição de seu amigo João Grilo, dado como morto duas décadas atrás. Para a surpresa de todos, João Grilo reaparece e pronto para trazer caos e diversão à cidade.
Ao longo desses 25 anos que separam os dois filmes, os criadores e o elenco amadureceram. A diretora Flávia Lacerda destaca como o filme, ao revisitar personagens tão icônicos, os reinventam.
“O filme não perde nenhum dos seus predicados iniciais: engraçado, ágil, mas com profundo caráter religioso. Agora, ganha camadas extras na trama. Temos uma disputa política, um alguém alçado à popularidade por meio de ‘fake news’, além dos papéis femininos revisitados”, revela Lacerda.
A grande novidade desta sequência é a chegada de novos rostos ao elenco. Taís Araújo, na pele da Compadecida, dá uma nova leitura à personagem, que originalmente foi interpretada por Fernanda Montenegro. Como a primeira Compadecida negra, Taís reforça a importância da representatividade no cinema, lembrando que o Brasil é um país majoritariamente católico e negro.
“Eu acho que toda a representatividade é muito importante, sobretudo num filme essencialmente brasileiro como esse. No primeiro filme, a gente tinha o Jesus preto, e nesse temos uma Nossa Senhora. As pessoas precisam se sentir representadas quando se olham na tela, seja no filme, na novela ou no teatro”, afirma a atriz, que destaca ainda que o Brasil possui uma grande população de católicos e pessoas negras, enfatizando a importância de uma padroeira negra, já que “a nossa padroeira é uma padroeira negra”.
O elenco ainda conta com Humberto Martins como o Coronel Ernani, um fazendeiro ambicioso, e Eduardo Sterblitch como Arlindo, um empresário manipulador. Enrique Diaz retorna como o astuto Joaquim Brejeiro, agora a serviço do Coronel Ernani, enquanto Fabíula Nascimento vive Clarabela, filha do Coronel e apaixonada por Chicó. Luis Miranda, por sua vez, interpreta Antônio do Amor, um carioca malandro que chega a Taperoá disposto a se virar com bicos e serviços informais.
Flávia Lacerda define O Auto da Compadecida 2 como um filme “essencialmente brasileiro e pop ao mesmo tempo, que rompe com os paradigmas do naturalismo sertanejo”. Ela destaca ainda que a produção é divertida, romântica e mantém uma dimensão espiritual acolhedora.
SINPOSE:
Depois de 20 anos desaparecido, João Grilo retorna à pequena Taperoá para se juntar ao seu velho companheiro Chicó. Acontece que agora ele é recebido como uma celebridade na cidade. Afinal, reza a lenda que havia sido morto por bala de espingarda e ressuscitado após um julgamento que tinha o Diabo como acusador, Nossa Senhora como defensora e o próprio Jesus Cristo como juiz. Disputado como principal cabo eleitoral pelos dois políticos mais poderosos da cidade, ele faz de tudo para finalmente aplicar o golpe que vai lhe render muito dinheiro e, quem sabe, vida mansa – como se fosse possível que ele se aquietasse. Só que nada sai como planejado e ele terá que recorrer à Compadecida novamente.
Estreia: 25 de dezembro nos cinemas
Por: Beatriz Queiroz
Foto: Reprodução