Empresários são suspeitos de ordenar roubo de cargas no Rio para abastecer próprias indústrias
A Polícia Civil do Rio está investigando uma nova modalidade de roubo de cargas. Promovido historicamente por fações criminosas para custear suas atividades ilegais e guerras expansionistas, esse tipo de assalto pode ter agora um outro mandante: os próprios empresários. Embora tenha se percebido uma queda de roubos nas rodovias do estado do Rio de Janeiro, uma mudança de foco dos bandidos ligou um sinal de alerta para os investigadores. As quadrilhas têm optado por caminhões que transportam matérias-primas para indústrias, como derivados plásticos e ferro silício — usado na fabricação de aço.
O envolvimento de empresários é investigado pela Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC). De acordo com os policiais, por serem produtos de venda restrita, a suspeita é que empresários estejam encomendando a carga a ser roubada e, em alguns casos, estariam pagando um valor antecipado.
“Antigamente, as cargas visadas eram as de biscoito, cerveja, coisas que eram facilmente vendidas nas próprias comunidades. De um tempo para cá, temos vivido episódios incomuns, envolvendo produtos que não são vendidos por ambulantes ilegais. São produtos encomendados, como polietileno, ferro silício e até caminhão Munck (usado para operações como descarga e içamento). Esses produtos só são roubados porque há quem os compre”, disse Filipe Coelho, presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Rodoviário de Cargas e Logística do Rio.
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Escrito por: Rafael Ajooz