Defesa de Bolsonaro pede afastamento de Moraes no inquérito sobre tentativa de golpe
Nesta segunda-feira (02), a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro protocolou ao Supremo Tribunal Federal (STF) um pedido de afastamento do ministro Alexandre de Moraes das investigações sobre a suposta tentativa de golpe de Estado em 2022. De acordo com os advogados, a presença de Moraes pode “ferir os princípios da imparcialidade”.
A defesa do ex-mandatário alega ainda que o ministro teria um “absoluto interesse pessoal” no caso, já que aparece como vítima do plano. Além dele, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) estavam na lista de execução de um grupo de militares, que planejava manter Bolsonaro no poder mesmo após a derrota nas urnas.
“É evidente que um julgador que se considera vítima jamais julgaria seus supostos algozes com a seriedade, isenção, ponderação e imparcialidade que se exigem de um magistrado para exercer a jurisdição. Permitir que Alexandre de Moraes continue a atuar como relator do feito é flagrante ofensa ao sistema acusatório e ao processo legal, comprometendo a credibilidade e a legitimidade de qualquer julgamento”, diz o documento.
O relatório de 884 páginas da Polícia Federal sobre o caso começou a ser analisado na segunda-feira pela Procuradoria Geral da República (PGR). A operação resultou na prisão de cinco agentes e no indiciamento de 37 pessoas, incluindo Bolsonaro e seus assessores. Agora, cabe aos procuradores decidirem se oferecem denúncia contra os indiciados pelos crimes apontados no documento – golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.
Por: Ágatha Araújo
Foto: Agência Brasil