Moraes envia investigação sobre tentativa de golpe para PGR e mantém sigilo de delação de Mauro Cid

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta terça-feira (26), manter o sigilo sobre a delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), em razão de diligências em andamento. Em seu despacho, o ministro explicou que a manutenção do sigilo é necessária devido à existência de investigações ainda em curso, sem violar a Súmula Vinculante 14, que trata da transparência em processos.

Na mesma decisão, Moraes enviou para a Procuradoria-Geral da República (PGR) a investigação sobre a suposta tentativa de golpe de Estado que teria como objetivo evitar a posse de Luiz Inácio Lula da Silva. A medida é de praxe, já que cabe à PGR avaliar as investigações criminais. O ministro também determinou a retirada do sigilo da investigação, garantindo maior transparência sobre o andamento do caso.

A Polícia Federal (PF) já indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 36 pessoas por envolvimento no esquema, que teria incluído planos de golpe, além de um possível assassinato de figuras políticas, como Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin. O relatório final da PF, com 884 páginas, está sendo analisado, e a PGR deverá decidir, em 2025, se irá formalizar acusações contra os investigados.

Em relação à delação de Mauro Cid, que segue sob sigilo, as investigações ainda estão em andamento e podem trazer novos desdobramentos. O ex-ajudante de ordens de Bolsonaro é um dos principais envolvidos nas investigações sobre o golpe de Estado, e seu acordo de colaboração premiada segue em fase de diligências e deliberações.

Por: Beatriz Queiroz
Foto: Reprodução