Após PF encontrar contradições em depoimento, Mauro Cid será ouvido por Moraes

Após a Polícia Federal ter apontado inconsistências no depoimento de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o tenente-coronel será ouvido na tarde desta quinta-feira (21), no Supremo Tribunal Federal (STF). A audiência foi marcada pelo ministro Alexandre de Moraes, responsável pela homologação do acordo de colaboração premiada fechado com a PF em 2023. No documento em que marcou a sessão, o magistrado justificou o novo procedimento em razão das contradições e omissões encontradas.

“Em virtude das contradições existentes entre os depoimentos do colaborador e as investigações realizadas pela Polícia Federal na PET 13.236, designo a realização de audiência para oitiva de Mauro Cid, no dia 21/11/2024, às 14h, na sala de audiências do STF, para esclarecimentos relacionados aos termos da colaboração (regularidade, legalidade, adequação e voluntariedade)”, escreveu o magistrado.

O depoimento se dará no âmbito da operação Contragolpe, que mostrou detalhes da trama de militares para um golpe de Estado e o assassinato do presidente eleito Lula e ministros, em 2022.

Na última terça (19), mesmo dia em que a operação foi deflagrada, Cid negou ter conhecimento do plano descoberto pela PF que resultou na prisão de quatro militares do Exército e um policial federal acusados de planejar matar Lula, Geraldo Alckmin e o próprio Moraes.

Contudo, os policiais acreditam que Cid omitiu informações e nomes ao longo da colaboração premiada. E que o teor das apurações feitas até o momento contradizem a versão defendida pelo militar no depoimento de terça.

Por: Ágatha Araújo

Foto: Agência Brasil