Homem-bomba deixa recado em espelho em apoio à mulher presa por pichar estátua em 8 de janeiro
Francisco Wanderley Luiz, conhecido como Tiü França, o homem que causou um atentado ao Supremo Tribunal Federal (STF), deixou uma mensagem no espelho de seu alojamento, em Ceilândia, direcionada a Débora Rodrigues dos Santos. Ela havia pichado a estátua da Justiça em 8 de janeiro, durante os ataques antidemocráticos.
No recado escrito com batom, Francisco disse:
“Débora Rodrigues. Por favor, não desperdice batom!!! Isso é para deixar as mulheres bonitas!!! Estátua de merda se usa TNT!”
Débora foi presa em março por pichar a estátua do STF e, em seu ato, escreveu “Perdeu, mané”, frase dita pelo ministro Luís Roberto Barroso, presidente da Corte. A prisão ocorreu no contexto dos ataques de janeiro.
Na casa de Francisco, a polícia encontrou materiais que indicavam a possível fabricação de explosivos, como caixas de rojões, tubos de PVC e pilhas. O imóvel estava sujo e revirado, com forte cheiro de pólvora, sugerindo que o local era usado para armazenar artefatos perigosos. Durante a operação, a Polícia Militar encontrou vários explosivos prontos para detonação. Se a abordagem tivesse sido feita de forma inadequada, os artefatos poderiam ter explodido, colocando em risco os agentes.
O atentado ocorreu após duas fortes explosões na noite de quarta-feira (13), perto do STF, que resultaram na morte de Francisco. Além disso, o carro do homem foi explosivo nas proximidades da Câmara dos Deputados. O PL de Santa Catarina, partido ao qual Francisco estava vinculado, emitiu uma nota reafirmando seu compromisso com a democracia e condenando qualquer ato de violência.
Francisco, que já possuía antecedentes criminais e havia sido preso anteriormente, entregou uma nota de 1 dólar à vizinha, Dayana Alves, três meses antes do atentado. Ela descreveu Francisco como uma pessoa tranquila, sem imaginar que ele fosse capaz de cometer tal ato.
O Gabinete de Segurança Institucional (GSI) ativou o Plano Escudo, e a Polícia Federal abriu um inquérito para apurar os detalhes das explosões.