MP pede cassação de Cláudio Castro por contratações em excesso e funções ‘fantasma’

Nesta quarta-feira (06), o Ministério Público Eleitoral (MPE) se manifestou a favor da cassação da chapa do governador Cláudio Castro (PL), eleita no Rio em 2022. Emitido pelo vice-procurador-geral eleitoral, Alexandre Espinosa, o parecer pede a cassação do próprio governador, do vice-governador Thiago Pampolha (MDB) e do presidente da Alerj, Rodrigo Bacellar (União). Absolvidos na Justiça estadual, eles respondem agora a acusações na instância federal por abuso de poder político e econômico por suposto envolvimento no “escândalo da Ceperj”.

Em maio deste ano, Castro e sua chapa foram denunciados por Marcelo Freixo, — à época, concorrente de Freixo —, acusados de participação em um esquema de financiamento de práticas ilícitas eleitorais cometidas por meio de folhas de pagamento secretas da Fundação Ceperj e da Uerj. Porém, foram absolvidos porque o órgão entendeu que, embora houvesse provas do escândalo, não era possível atestar a conexão entre ele e vantagens eleitorais ao grupo do governador.

No parecer de Espinosa, ao contrário do que entendeu o TRE-RJ, Castro e seu grupo teriam praticado abuso de poder político e econômico para se eleger, prejudicando a legitimidade do pleito. O governador teria descentralizado quase 520 milhões de reais em créditos de sua gestão para contratar 27 mil servidores temporários às vésperas da eleição, já no seu primeiro mandato.

“A prova dos autos autoriza o reconhecimento da prática do abuso de poder político e econômico, com gravidade suficiente para conspurcar a legitimidade do pleito, de modo a se determinar a cassação do diploma dos investigados Cláudio Castro, Thiago Pampolha Gonçalves e Rodrigo da Silva Bacelar, declarando-se a inelegibilidade, pelo prazo de oito anos”, diz o parecer.

Por: Ágatha Araújo

Foto: Agência Brasil