Após demissão do ministro de Finanças, Alemanha pode ter eleição antecipada

Após o chanceler Olaf Scholz demitir o ministro das Finanças, Christian Lindner, do partido Democratas Livres (FDP), nesta quarta-feira (6), a Alemanha vive uma crise política. A ruptura gerou colapso da aliança governista, que incluía os social-democratas (SPD), os Verdes e FDP, que deixou a base do governo e desencadeou uma reviravolta que pode levar o país a eleições parlamentares antecipadas.  

Com a saída do FDP, Scholz buscará governar em uma situação de minoria, tendo como aliados apenas os social-democratas e os Verdes. Este contexto requer que o chanceler procure apoio em votações específicas no parlamento alemão, o Bundestag, para validar leis e ações governamentais.

Neste contexto, Scholz anunciou que pretende solicitar um voto de confiança em 15 de janeiro para confirmar o suporte ao seu governo. Se a maioria não for obtida, o voto pode marcar as eleições parlamentares alemãs para março de 2025, ao invés de outubro. 

Na coletiva de imprensa horas após a demissão, Scholz atacou as “pequenas táticas polícas” de Lindner e o acusou de um nível de egoísmo que é “completamente incompreensível”. A conflito ocorre um dia após a eleição de Donald Trump nos EUA, o que adiciona pressões à Europa em temas como tarifas comerciais, a guerra na Ucrânia e o papel de OTAN. No mais, o conflito sobre os gastos acontece enquanto a economia da Alemanha está em dificuldades e enfrenta mais um ano de recessão. 

Segundo a Constituição alemã, o parlamento pode ser dissolvido em duas situações: se um candidato a chanceler não obtiver a maioria absoluta (367 votos) ou se um chanceler falhar em um voto de confiança. No segundo caso, o presidente da Alemanha pode dissolver o parlamento, marcando novas eleições em até 60 dias. 

Por: Carolina Sepúlveda  

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