Corpo de bebê desaparece de túmulo na Baixada Fluminense e família busca respostas: ‘Este corpo tem de aparecer’

O corpo de um bebê, João Pedro Soares, de 9 meses, que faleceu há dois anos após complicações cardíacas e insuficiência renal, desapareceu de sua sepultura no Cemitério Vila Esperança, em Magé, Baixada Fluminense. A ação criminosa foi descoberta no Dia de Finados (2), quando uma tia do menino foi visitar o túmulo e encontrou a sepultura quebrada e sem o corpo do bebê. A notícia rapidamente chegou até Sebastião Luiz Soares, avô de João, que avisou sua filha Jéssica sobre o ocorrido.

“Sumiu tudo. O caixão, o corpinho do meu neto, tudo. Fui à delegacia e fiz um boletim de ocorrência. Nossa família sofreu duas vezes. O primeiro sofrimento foi a morte do João. E agora este fato. Nosso coração foi quebrado duas vezes. A gente fica sem chão e quer Justiça. Este corpo tem de aparecer”, disse Sebastião.

Em desespero, Jéssica afirmou ter passado mal ao ver o túmulo violado e sem o corpo de seu filho. Ela precisou ser medicada devido a uma crise de hipertensão.

“Viemos na segunda-feira e confirmamos tudo. Na hora que vi o túmulo com o buraco aberto e sem o corpo do meu filho, entrei em desespero”, relatou.

O Cemitério Vila Esperança, administrado pela Prefeitura de Magé, ainda não soube informar como o corpo desapareceu. Segundo relato da família, o jazigo abrigava também os restos mortais de um adolescente de 15 anos, parente do bebê, que, ao contrário do corpo do menor, não foi retirado. O local é protegido por um muro, portão de entrada e contaria com vigilância.

O delegado Celso Gustavo Castello Ribeiro, da 65ª DP (Magé), confirmou que uma perícia foi realizada no jazigo violado e que a polícia está em busca de pistas para identificar os responsáveis pelo crime. A investigação também busca imagens de câmeras de segurança nas imediações, além de ouvir funcionários do cemitério. A polícia segue sem divulgar mais detalhes para não prejudicar o andamento da apuração.

Procurada pelo GLOBO, a Prefeitura de Magé anunciou a abertura de uma sindicância interna para investigar as circunstâncias da violação e afastou o coordenador do cemitério. A gestão do município destacou que um processo para a concessão de uma parceria público-privada para administrar os cemitérios já está em andamento.

Por: Beatriz Queiroz
Foto: Reprodução