Ronnie Lessa é investigado por mais de uma dezena de mortes nos últimos 20 anos
Conforme apurou a Polícia Federal, Ronnie Lessa, é alvo de investigações em mais de 10 homicídios ao longo dos últimos vinte anos. Porém, apesar de pistas indicarem o envolvimento do ex-PM, todos os casos seguem em aberto na Polícia Civil e no Ministério Público do Rio (MPRJ), sem solução. Até agora, o único caso desvendado foi o da vereadora Marielle Franco, julgado na última sexta-feira (01), resultando numa pena de 78 anos de prisão para Lessa.
O ex-PM também é mencionado em investigações de outros homicídios levantados através da quebra em seu sigilo telemático. Três casos específicos estão sob análise, em que Lessa teria feito buscas na internet sobre as vítimas dias antes das execuções. Uma das pessoas procuradas na internet foi o ex-deputado estadual Ary Brum, assassinado a tiros na manhã de 18 de dezembro de 2007, em uma emboscada na Linha Vermelha. Ele foi alvejado por um veículo em movimento, da mesma maneira que morreu a parlamentar. A investigação apontou como mandante o empresário Lindenberg Sardinha Meira, sócio de Brum em um hospital. Meira teria ordenado o crime devido a um desfalque financeiro, mas ele foi absolvido posteriormente por falta de provas.
Outra investigação indica que o empresário Lindenberg Meira também tinha como alvo um dos irmãos de Ary Brum, Ary Martins, que atuava em uma empresa concorrente de Meira. Assim como no caso Ary Brum, após apontar o mandante, a polícia não aprofundou a investigação na direção dos executores. Meira chegou a ter prisão decretada, mas não foi condenado. Ronnie Lessa buscou os dados dos envolvidos na internet.
Em outros casos, o ex-PM chegou a ser intimado para prestar depoimento como suspeito. Um deles foi o da morte de Rogério Mesquita — apontado como braço-direito do bicheiro Maninho —, assassinado na manhã de 24 de janeiro de 2009, em Ipanema. O crime segue sem solução.
“Me chamaram umas três vezes na delegacia por causa da morte do Rogério Mesquita. No final, com um detetive, inspetor, nós batemos boca e a partir daí eu virei um matador de aluguel“, disse Lessa numa das audiências do Caso Marielle no STF.
Por: Ágatha Araújo
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