Caso Marielle: júri de Lessa e Queiroz segue para 2º dia

Nesta quinta-feira (31), o júri de Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, assassinos confessos da vereadora Marielle Franco e o motorista Anderson Gomes, segue para o segundo dia depois de 13h e meia de sessão. A audiência estava prevista para terminar ainda na madrugada, mas após os depoimentos dos réus confessos Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz, os jurados votaram pelo encerramento dos trabalhos. Na sessão desta quinta, o 4º Tribunal do Juri deve retornar com o início das alegações finais. Este é o momento em que acusação e defesa fazem à sustentação de suas teses aos jurados. Será concluído hoje se os réus serão considerados culpados ou inocentes.

O primeiro dia foi marcado por depoimentos intensos do luto sofrido pelas duas famílias. Marielle e Anderson foram assassinados em 14 de março de 2018, ou seja, apenas seis anos depois do crime foram identificados os autores. Detalhes marcantes de todo esse tempo foram revisitados durante o julgamento. Diante do Fórum do Tribunal de Justiça do Rio, manifestantes de movimentos sociais se juntaram a parentes das vítimas em um protesto, carregando faixas e girassóis.

Por 45 minutos, a mãe de Marielle, Marinete Silva, falou sobre a falta que sentia da filha e descreveu todos os momentos com ela, desde o nascimento, e contou como a morte impactou a família.

“Cada vez mais dói, dói muito. Perder uma mãe, como a Luyara perdeu, nunca passou em nossa mente o que aconteceu com a minha filha. É uma falta, um vazio, um coração que tem um pedaço que foi arrancado covardemente, injustamente, naquele noite“, afirmou.

No final do depoimento, Lessa pediu perdão às famílias e disse que está amenizando os danos ao apontar outros envolvidos no crime.

“Infelizmente não podemos voltar no tempo. Hoje tento fazer o possível para tentar essa angústica de todos, assumindo a minha responsabilidade e trazendo à tona todos os personagens envolvidos nessa história. Tento fazer isso pra tirar um peso da minha consciência. Eu sei que nunca vou conseguir trazer as pessoas de volta, mas tinha que pedir esse perdão, incluindo à minha família. Eu preciso pedir perdão a essas famílias. Perdi meu pai recentemente e já foi péssimo. Perder um filho deve ser a coisa mais triste do mundo, um marido”, afirmou Lessa.

O Ministério Público recorreu ao STF para que os réus peguem a pena máxima de prisão, de 84 anos cada um.

Por: Ágatha Araújo

Foto: reprodução