Domingos Brazão afirma boa relação com Psol e diz que não foi prejudicado por ‘CPI das Milícias’
Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal, o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ) Domingos Brazão, um dos réus pela morte da vereadora Marielle Franco (PSOL), afirmou que tinha boa relação com o partido da parlamentar e que não foi prejudicado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou as milícias no Rio de Janeiro.
Brazão é o segundo réu a ser ouvido na ação penal que tramita no STF, após as testemunhas de acusação e defesa prestarem depoimento. Já seu irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão, foi ouvido entre segunda e terça-feira. O delegado Rilvado Barbosa, ex-chefe da Polícia Civil, também prestará depoimento. Os três são réus pela suspeita de serem os mandantes do crime, mas negam a acusação.
A Procuradoria-Geral da União enviou ao STF denúncias que apontam uma “indisposição” entre os irmãos Brazão e o PSOL, devido ao relatório da CPI das Milícias, presidida pelo então deputado Marcelo Freixo, bem como sua atuação para tentar barrar a indicação do próprio Domingos Brazão ao TCE. Domingos, porém, afirmou que a comissão intimidou os milicianos e que isso facilitou o seu trabalho.
“A CPI das Milicias, a partir dos efeitos dela, inibiu os milicianos, sobretudo policiais, de ficarem à frente. Permitiu que quem quisesse trabalhar (conseguisse), ficou mais fácil trabalhar. Eu achei que a CPI cumpriu um papel importantíssimo”, afirmou o conselheiro.
O conselheiro também afirmou que a tentativa do PSOL de impedir sua nomeação ao TCE, em 2015, foi apenas uma “sinalização” para sua base política, porque não tinha chances de dar certo.
“A nossa atuação política, à época, ela não depende dessas sinalizações. E eu respeito o PSOL, que é um partido mais radical, ele depende de ficar sinalizando para o eleitor umas coisas que ele sabe que não vai dar no futuro“, disse.
Por: Ágatha Araújo
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