Ministros entendem que Pablo Marçal ultrapassou limites democráticos na campanha e coach pode ficar inelegível
Pablo Marçal, pode ter declaração de inelegibilidade, impedimento ao eleitor de se eleger. Ministros do Supremo Tribunal (STF) e do Tribunal de Superior Eleitoral (TSE) discute a condenação através do impacto da sua “indústria dos cortes” para as redes sociais. O caso ainda está nas instâncias inferiores, mas deve subir ao TSE pelas vias recursais.
O tribunal está atento aos torneios de “cortes” promovidos por Marçal entre seus apoiadores, por meio de pagamento. A análise é de que a pratica pode configurar não só o abuso da campanha, mas também caixa dois, já que os valores não teriam sido declarados. No entanto, a segunda frente é vista como a mais relevante, entende que ao caso em que Marçal é acusado de contornar o bloqueio do X para propagar notícias falsas, o que inclui o falso laudo divulgado contra o candidato Guilherme Boulos (Psol).
No último sábado (5), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) compartilhou com a presidente do TSE, Cármen Lúcia, informações da Polícia Federal (PF) que podem implicar na aptidão de Marçal em ser eleito. Segundo Moraes, que antecedeu Cármen na presidência do TSE, o “intenso uso da plataforma” pelo perfil de Marçal pode configurar abuso de poder econômico e uso indevido dos meios de comunicação.
O ministro manifestou que é “grave a afronta à legitimidade e normalidade do pleito eleitoral, podendo acarretar a inelegibilidade” por oito anos, caso se comprove que de fato houve abuso, o que cabe ao TSE investigar.
Marçal é um candidato capaz de ultrapassar os limites democráticos de uma campanha eleitoral e, consequentemente, desequilibrar a disputa, segundo a avaliação de autoridades eleitorais ouvidas. Essa percepção se enfatiza pelo fato de ele ter recebido mais de 1,7 milhão de votos na disputa à prefeitura de São Paulo, por muito pouco não passou para o segundo turno. A leitura é de que o ex-coach pode “crescer” na política e desestabilizar a democracia.
Por: Carolina Sepúlveda
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