Record garante direitos de transmissão do Brasileirão a partir de 2025 em acordo com Liga Forte União

A Record acertou com a Liga Forte União (LFU) os direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro a partir de 2025. O acordo prevê a transmissão de um jogo por rodada, totalizando 38 partidas por ano, com exibição tanto na TV aberta quanto nas plataformas R7.com e PlayPlus, o serviço de streaming da emissora. Segundo Marcus Vinicius Vieira, CEO da Record, essa parceria representa uma revolução na transmissão do futebol na TV brasileira. Marcelo Paz, presidente da LFU, afirmou que o acordo beneficia tanto os clubes quanto seus torcedores.

A última vez que a Record transmitiu o Brasileirão foi em 2006. Recentemente, dirigentes da LFU se reuniram para discutir alterações no contrato com investidores coordenados pela Life Capital Partners (LCP) e XP Investimentos. O consenso entre os clubes foi reduzir o percentual dos direitos comerciais vendidos a esses investidores, inicialmente fixado em 20% das receitas por 50 anos. Agora, para os clubes da Série A, esse percentual será de 10%. Entre os clubes envolvidos estão Athletico-PR, Cuiabá, Fluminense, Fortaleza, Internacional, Botafogo, Cruzeiro e Vasco.

A mudança implica a devolução de parte dos valores já recebidos pelos clubes. Em outubro de 2023, foi paga a primeira parcela do acordo, com a maioria dos clubes da Série A recebendo 12%, exceto Botafogo e Cruzeiro, que receberam 10%. Com a redução do percentual, esses clubes precisarão devolver a diferença de 2% aos investidores. Na Série B, alguns clubes aceitaram a redução, enquanto outros mantêm os percentuais originais, o que cria variações nas fatias de direitos vendidos, que vão de 10% a 20%.

A modificação no contrato busca equilibrar a disparidade em relação à Libra, outro bloco de clubes que não vendeu nenhum percentual dos direitos comerciais. Se a LFU mantivesse a venda de 20%, haveria uma desigualdade maior na distribuição das receitas de transmissão do Brasileirão.

Essa decisão terá impacto no fluxo de caixa dos clubes da LFU, que precisarão ajustar seus planejamentos financeiros para 2024 e 2025, devido à diminuição dos pagamentos previstos. Para aqueles que precisarão devolver parte dos valores já recebidos, o pagamento será facilitado, com prazos de até cinco anos. Além disso, os balanços contábeis de 2024 refletirão a reversão das receitas que foram contabilizadas antecipadamente.

O Fluminense, em 2023 registrou R$ 213 milhões em receitas provenientes da venda de 20% dos direitos comerciais, apesar de ter recebido apenas R$ 122 milhões. Com a redução do percentual, o clube precisará ajustar seus balanços em 2024, o que resultará em impacto negativo nos resultados contábeis.

Os investidores da LFU garantiram R$ 750 milhões através de um hedge fund brasileiro, que será usado para honrar os pagamentos pendentes e adiantar valores a alguns clubes. Parte do montante será destinada ao pagamento de dívidas com sócios, como XP e Livemode, além de viabilizar empréstimos, como o de R$ 150 milhões ao Corinthians, e antecipar R$ 60 milhões a clubes paulistas da Série B.

A LFU e a LCP emitiram uma nota esclarecendo que, embora estejam discutindo a possibilidade de reduzir a participação dos investidores, nenhuma alteração foi oficialmente acordada até o momento. Cada clube decidirá a melhor opção para seu planejamento financeiro, enquanto a LFU e LCP seguem trabalhando pela evolução do futebol brasileiro e pela formação de uma liga unificada de clubes.

Por: Luiza Torrão

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