Ministro do Líbano na ONU diz que Israel deveria parar de usar a ‘língua de fogo’

O ministro das Relações Exteriores do Líbano, Abdalla Bou Habib, acusou Israel de radicalizar cada vez mais em seu conflito contra o grupo extremista Hezbollah. A declaração foi feita pelo representante do Líbano durante discurso na ONU (Organização das Nações Unidas) na última quinta-feira (26).

“Estamos pedindo decisões internacionais para que garanta o fim dessa situação. Hoje, desesperadamente, precisamos que as Nações Unidas assumam o seu papel como refúgio seguro para os países menores que sofrem agressões. Não vimos o diálogo e, no lugar, vimos apenas as armas. Nós queremos que as Nações Unidas sejam um parceiro seguro para que resolva tudo. É possível conseguir uma solução pacífica”, disse Bou Habib.

“Nós reiteramos a nossa repulsa por essa agressão contínua de Israel. Essa tentativa de ficar brincando com fogo, que jogaria todo Oriente Médio em uma conflagração. Nós rejeitamos a guerra. Nós temos o direito legítimo de defender a nossa alma, de acordo com a carta das Nações Unidas e da legislação internacional. Isso vai junto com o nosso incansável esforço de evitar cair nas armadilhas de Israel, prolongando a guerra. A volta das pessoas deslocadas de Israel e de assentamentos não pode acontecer através da guerra, através de luta e deslocamentos de pessoas no Líbano. O único caminho para a volta deles para casa seria um cessar-fogo amplo e completo imediato”, discursou Abdalla Bou Habib.

Na sequência, Bou Habib condenou a onda de violência em território libanês.

“Essa violência excedeu tudo. Houve mais de 30 mil violações às leis desde 2006. Será que Israel não teve guerras demais desde 1948? Não estaria na hora de dar uma chance real para a paz? Abraçar o caminho da paz? Quando é que isso vai acontecer? Ao invés de usar a língua do fogo e do ferro”, afirmou ele na ONU.

Créditos da imagem: Divulgação/Commons

Escrito por: Rafael Ajooz