Voepass demite diretores após quase dois meses de acidente aéreo que matou 62 em SP

Cerca de dois meses após a queda de avião que deixou 62 mortos, a Voepass demitiu os diretores de operações, manutenção e segurança. A reestruturação ocorre diante das investigações sobre o acidente com diversas denúncias de falhas na manutenção da frota.

Um relatório preliminar indicou que a queda do avião da Voepass, em Vinhedo, no interior de São Paulo, pode ter tido relação com o acúmulo de gelo na asa. O sistema de degelo da aeronave ligou e desligou várias vezes durante o voo – ainda não se sabe a razão disso.

Momentos antes da queda, o piloto do avião disse “bastante gelo”, porém não reportou emergência.

“Ele é um relatório estritamente factual. Ele apresenta o que aconteceu e não, como disse mesmo o Cenipa, nem o porquê, nem o como. O nosso desafio, agora, é entender, e por isso demora, o como aconteceu e por que aconteceu”, elucidou Jefferson Fragoso, perito em investigações de acidentes aéreos.

O Cenipa é o órgão militar que possui a responsabilidade de apontar a causa da queda do avião, mas a Polícia Civil de São Paulo e a Polícia Federal também estão realizando investigações paralelas com o objetivo de identificar os culpados.

Denúncias de defeitos nos aviões da companhia não faltam. Muitas foram, inclusive, confirmadas por comissários.

“Já voamos sem GPS. Os técnicos usam GPS do celular porque não confiam no radar e GPS da aeronave”, alertou, de forma anônima, um comissário.

Créditos da imagem: Divulgação/Commons

Escrito por: Rafael Ajooz