Venezuela: Edmundo González diz que assinou carta reconhecendo vitória de Maduro mediante coação

Para poder sair da Venezuela, o candidato opositor Edmundo González assinou uma carta em que aceitava a decisão do Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela que confirmou a vitória das eleições presidenciais a Nicolás Maduro, com mais de 51% dos votos.

O opositor diz ter sido coagido e chantageado para assinar o documento, com data de 7 de setembro, que segundo ele não tem validade. Em um vídeo em que explicou a assinatura, González, que está asilado na Espanha há cerca de 10 dias, se autointitulou como “presidente eleito”.

Sempre estive e continuarei disposto a reconhecer e acatar as decisões adotadas pelos órgãos de justiça no contexto da Constituição, incluindo a precipitada sentença da Sala Eleitoral, com a qual não concordo, mas acato, por se tratar de uma resolução do máximo tribunal da República”, afirmou o documento endereçado ao presidente da Assembleia Nacional, Jorge Rodríguez.

Em vídeo postado em suas redes sociais, o candidato opositor declarou que, quando estava na embaixada da Espanha em Caracas, Rodríguez e a vice-presidente da Venezuelana, Delcy Rodríguez, foram ao local com um documento que ele teria que assinar para que pudesse deixar o país.

“Em outras palavras, ou eu assinava, ou me ateria às consequências. Houve horas muito tensas de coação, chantagem e pressões. Neste momento considerei que poderia ser mais útil livre do que encerrado”, disse ele, se definindo como “presidente eleito”.

González disse, entretanto, que por ter sido assinado sob coação, o documento não possui valor.

“Um documento produzido sob coação está viciado de nulidade absoluta com um vício grave no consentimento. Como presidente eleito de milhões e milhões de venezuelanos que votaram por uma mudança, pela democracia e pela paz, não vão me calar. Nunca vou traí-los”, disse ele.

Créditos da imagem: Divulgação/Commons

Escrito por: Rafael Ajooz