Jatos cósmicos do buraco negro Porphyrion desafiam teorias e revelam novos fenômenos gigantes

Astrônomos descobriram que jatos emitidos pelo buraco negro supermassivo batizado de Porphyrion são os maiores já registrados, com uma extensão impressionante de 23 milhões de anos-luz — mais de dez vezes a distância entre a Via Láctea e Andrômeda. Localizado a 7,5 bilhões de anos-luz da Terra, Porphyrion remete a uma época em que o Universo tinha metade de sua idade atual.

Essa descoberta, feita com o radiotelescópio LOFAR, não apenas desafiou teorias pré-existentes sobre as dimensões máximas de jatos cósmicos, mas também indicou que jatos desse tipo são muito mais comuns do que se imaginava. Até agora, foram identificados cerca de 11 mil jatos, com a expectativa de mais oito mil a serem divulgados em breve.

Os jatos são formados em galáxias que fazem parte da teia cósmica, composta por filamentos de matéria. O professor George Djorgovski do Caltech destacou que esses jatos dispersam enormes quantidades de energia, impactando não só a galáxia hospedeira, mas também suas vizinhas.

A magnitude de Porphyrion, que é 140 vezes o diâmetro da Via Láctea, levanta questões sobre quantos outros buracos negros possam estar gerando jatos gigantescos e como esses fenômenos influenciam a formação e evolução das galáxias ao longo do tempo. O próximo artigo da equipe deve trazer mais informações sobre esses jatos surpreendentes.

A pesquisa completa foi publicada na revista Nature, com detalhes adicionais sobre os novos sistemas de jatos a serem apresentados na Astronomy & Astrophysics.

Por: Luiza Torrão

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