Operadoras de apostas compartilham carta após ataques: ‘entretenimento e não fonte de renda’

Casas de apostas compartilharam uma carta ao povo brasileiro se defendendo a respeito das críticas que afirmavam que economia estava em crise por conta do crescimento das operadoras de apostas. O setor dos jogos online foi liberado em 2019 mas não houve regulamentação, tornando-se um nicho que cresceu muito rapidamente sem qualquer tipo de supervisão, tanto nas apostas em si quanto na publicidade e patrocínio.

A nova regulamentação entrará em vigor a partir do dia primeiro de Janeiro de 2025, a carta também apoia a regulamentação e diz que ir contra esse processo é o mesmo que ir contra a defesa do consumidor, o documento é assinado pela Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL); Instituto Brasileiro Jogo Legal (IJL); Associação Internacional de Gaming (AiGaming); Associação Brasileira de Defesa da Integridade do Esporte (ABRADIE); e
Associação em Defesa da Integridade, Direitos e Deveres nos Jogos e Apostas (ADEJA).

A carta reitera que a maior parte dos usuários dos sites compõe as classes B e C, e que a parcela mais pobre da população representa parte “ínfima” dos usuários. Explica também que o consumo das famílias brasileiras no último trimestre teve aumento de acordo com o IBGE, e que é ilusória a informação de que a economia estaria em crise por conta das apostas.

As corporações se comprometeram a produzir material publicitário e educativo que explique que o setor visa gerar entretenimento, e não se tornar uma forma de renda pessoal. Leia a carta na íntegra:

“Carta Aberta das operadoras de apostas esportivas e jogos on-line à Nação Brasileira

O Brasil vive, desde o início de 2023, um momento histórico por meio da regulamentação de uma nova indústria, a de apostas esportivas e jogos on-line. Nos últimos meses, diversos setores da economia têm demonstrado preocupações, muitas vezes precipitadas, sobre eventuais impactos desses serviços de entretenimento sobre a população. Por isso, as operadoras que subscrevem a presente Carta Aberta à Nação Brasileira vêm esclarecer alguns pontos e manifestar o seu compromisso com a proteção dos consumidores, a transparência e o combate a quaisquer práticas nocivas.

Faz-se necessário, primeiramente, afastar informações que têm sido divulgadas de forma especulativa acerca do mercado. De 2019 até agora, o Brasil possui, infelizmente, um setor sem qualquer regulamentação, cujo processo em andamento só será concluído no final deste ano.

Essa lacuna regulatória viabilizou a chegada de empresas sérias, com longa e sólida trajetória no mercado internacional, mas também de casas de apostas aventureiras e sem compromisso com integridade e responsabilidade.

Não procedem, no entanto, quaisquer afirmações de que a indústria de apostas é a responsável por uma suposta redução de consumo dos brasileiros ou aumento do nível de endividamento. Tal inferência, inclusive, não encontra respaldo factual. Os dados divulgados esta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ( IBGE ) mostram que, só no segundo trimestre deste ano, o consumo das famílias avançou 1,3% em relação ao primeiro trimestre do ano e impressionantes 4,9% na comparação com igual período de 2023. Ou seja, os brasileiros não estão deixando de consumir para apostar.

Uma das pesquisas divulgadas recentemente apontou uma média de 1,38% de utilização do orçamento doméstico, por apostadores dos estratos sociais D e E, com apostas. A indústria que atua de forma séria no país não reconhece essas camadas sociais como seu principal público consumidor, que se concentra mais nos perfis B e C. Portanto, pessoas mais vulneráveis financeiramente, ainda que estejam presentes no universo de apostadores, representam ínfima parcela.

A indústria, porém, não fecha os olhos para os lamentáveis casos reais, que têm sido veiculados, de compulsão, ainda que raros. Por isso, as casas de apostas que assinam esta Carta vêm reafirmar que estão comprometidas com um ambiente regulado, íntegro e responsável, sendo totalmente contrárias a quaisquer ferramentas ou peças de divulgação que induzam o apostador a um comportamento compulsivo ou a promessas de dinheiro fácil.

Como uma das formas de demonstrar esse comprometimento, as operadoras estão organizando campanhas de conscientização e educação para os apostadores, reiterando a mensagem de que os jogos on-line e as apostas esportivas devem ser considerados formas de entretenimento e não fonte de renda.

Trabalhar contra a regulamentação é o mesmo que apoiar a permanência no país de sites ilegais, sem a menor preocupação com as boas regras do mercado regulado. Significa empoderar aqueles contra os quais luta o governo, lutam as empresas sérias e deve lutar a sociedade.

Por fim, as empresas manifestam a certeza de que, a partir de 1º de janeiro de 2025 , com a entrada em vigor do mercado regulamentado, o Brasil passará a ter um ambiente seguro para as apostas, com regras claras e medidas punitivas para aqueles que desrespeitarem o principal foco das operações: o consumidor.”

Por: Victoria Brasil 

Imagem: Arquivo Onbus