Depois de vexame em apresentação olímpica de breaking australiana vai ao topo do ranking mundial de breaking

A trajetória de Rachael Gunn, conhecida como Raygun no universo do breaking, sofreu uma reviravolta dramática após sua controversa participação nas Olimpíadas de Paris 2024. A b-girl australiana, que havia gerado uma onda de memes e críticas por sua performance pouco convencional e terminou os Jogos em penúltimo lugar, agora ocupa o topo do ranking mundial. Esta ascensão surpreendente destaca uma jornada marcada por desafios, polêmicas e, finalmente, uma vitória notável.

Durante sua apresentação nas Olimpíadas de Paris, Raygun se destacou com uma performance não convencional que dividiu opiniões. Seus movimentos, descritos por alguns como semelhantes aos de um canguru, geraram uma enxurrada de memes e críticas. A escolha de seu uniforme, diferente da moda de rua geralmente associada ao breaking, também foi alvo de comentários. A competição acabou com a atleta australiana na penúltima posição, apenas à frente de um atleta desqualificado.

A reação pública foi intensa, levando a uma petição anônima com 55 mil assinaturas pedindo punições contra Raygun por alegações de conduta antiética na seleção para os Jogos. As críticas se intensificaram, culminando em um debate nacional, que até mesmo atraiu a atenção do primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, que veio em defesa da atleta.

Contrariando as expectativas, Raygun fez uma impressionante recuperação e agora é a número 1 no ranking mundial de breaking, conforme anunciado pela Federação Internacional de Dança Desportiva (WDSF). Esta ascensão deve-se, em parte, à sua vitória na etapa continental da Oceania da WDSF em 2023, onde conquistou 1000 pontos que impulsionaram sua classificação. Antes dos Jogos Olímpicos, Raygun estava na 22ª posição do ranking mundial.

A WDSF explicou que o ranking leva em consideração as quatro melhores campanhas de cada atleta nos últimos 12 meses, com os pontos expirando após 52 semanas. No momento, apenas dois eventos estão contabilizados no ranking: o campeonato regional da Oceania e a etapa de Hong Kong do circuito mundial de breaking. As Olimpíadas, devido ao número limitado de participantes, não foram incluídas na avaliação.

Em resposta à controvérsia, Raygun usou suas redes sociais para expressar gratidão pelo apoio dos fãs e repudiar as mensagens de ódio e críticas desrespeitosas que recebeu. A atleta destacou sua intenção de oferecer uma visão única durante sua performance e reafirmou seu compromisso com a autenticidade no breaking.

O apoio de figuras públicas e a explicação da WDSF sobre os critérios de classificação ajudaram a esclarecer a situação e a trazer uma nova perspectiva sobre a ascensão de Raygun no ranking mundial.

Por: Luiza Torrão

Foto: Ezra Shaw/Getty Images