MP denuncia envolvidos no vazamento de operação que prendeu executores de Marielle

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) denunciou, nesta quarta-feira (4), à Justiça três pessoas pelo vazamento de informações da operação que prendeu os executores da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Os dois foram assassinados a tiros na noite do dia 14 de março de 2018, quando retornavam de um evento na Lapa.

Os denunciados são o policial militar Maurício da Conceição dos Santos Júnior (conhecido como Mauricinho), Maxwell Simões Corrêa (Suel) e Jomar Duarte Bittencourt Júnior (o Jomarzinho). Segundo o MPRJ, Jomar Júnior vazou a notícia da operação – realizada em 12 de março de 2019 – para o policial militar, que repassou para Maxwell.

“Foram encontradas conversas, via WhatsApp, nas quais os denunciados tratam expressamente da deflagração de operação policial relacionada ao ‘Caso Marielle’, que ocorreria na madrugada seguinte à troca de mensagens entre eles. Na ocasião, Ronnie Lessa foi preso enquanto tentava fugir do condomínio residencial Vivendas da Barra, abordado já na via pública”, explicou o órgão.

Na ação os promotores defenderam que o vazamento causou dano não apenas à operação, mas também à apuração dos homicídios e de outros crimes relacionados. O atraso das investigações “lesou os direitos de amigos e familiares de Marielle e Anderson” e “da sociedade de desfrutar de rápida e justa resposta quanto ao crime”.

A denúncia foi aceita pela Justiça e os réus responderão por obstrução de investigação envolvendo organização criminosa. A pena pode chegar a 20 anos de prisão.

O juiz ainda acatou a solicitação de suspensão do exercício da função pública e a suspensão do porte funcional de arma de Maurício Júnior. Foi determinado também que Jomar Junior não mantenha contato com as testemunhas atreladas ao processo se apresente bimestralmente em Juízo e fique proibido de se ausentar do Rio sem prévia autorização judicial.

 

Créditos da imagem: Divulgação/Commons

Escrito por: Rafael Ajooz