‘Se liga na vida, seja um vape off’: Fundação do Câncer convoca público para mobilização contra cigarro eletrônico

A Fundação do Câncer lança Movimento VapeOFF, contra o uso de cigarros eletrônicos, iniciativa terá exercícios e peças de comunicação voltadas aos jovens. Estudos indicam que 80% dos usuários de vape possuem menos de 34 anos, o uso do cigarro eletrônico aumentou em 600% nos últimos anos.

A campanha busca combater o uso crescente do cigarro eletrônico e chamou alguns artistas para fazerem parte desse movimento, como as atrizes Isabel Fillardis e Alexandra Richter, o músico Da Ghama/Cidade Negra, influenciadores, como Pedrinho Salomão, e os médicos Paulo Niemeyer Filho e Vera da Costa e Silva. O médico Alfredo Scaff diz:

“É necessário engajar toda a sociedade no controle do vape, já que temos um grande desafio em conseguir atingir o público jovem e também os pais dos adolescentes. Uma pesquisa da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) mostrou que o consumo do cigarro eletrônico aumentou 600% nos últimos seis anos no mundo. E no Brasil não é diferente  (…) Dados do Ministério da Saúde revelam que mais de 1 milhão de pessoas já experimentaram esses dispositivos eletrônicos para fumar, apesar da comercialização do mesmo ser proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, desde 2009. O mais grave: 70% desse público é formado por adolescentes e adultos jovens de 15 a 24 anos”

Para isso, está sendo disponibilizado gratuitamente um kit digital anti-vape, com peças para serem usadas gratuitamente por todas as escolas públicas e privadas do país. Elizabeth Guedes, presidente da ANUP Social afirma:

“Essas peças estão sendo distribuídas para as mais de 200 faculdades, centros universitários e universidades associadas a ANUP, que contam com mais de quatro milhões de estudantes matriculados, mas ficarão disponíveis da landing page do Movimento VapeOFF, para que qualquer instituição de ensino do país possa ter acesso. O mais relevante é que o nosso recado chegue aos jovens em idade escolar e provoque uma mudança que é crucial para a saúde deles hoje e no futuro”

Scaff alerta:

“As estatísticas dos malefícios do uso do vape em relação ao câncer de pulmão terá reflexo daqui a uns vinte anos, já que o câncer de pulmão é uma doença que avança lentamente, mas já há estudos científicos que mostram o aumento dos casos de Evali, uma lesão pulmonar característica ao uso de vape. Como esses dispositivos contêm nicotina derivada do tabaco e sua concentração é cerca de 2 a 3 vezes maior do que os cigarros convencionais, estamos alertando para um possível novo cenário: o consumo maior não apenas do vape, mas sua associação ao cigarro tradicional, já que a nicotina leva a uma dependência mais intensa. Possivelmente, isso vai nos levar a uma futura elevação de acometimento de câncer de pulmão em uma idade mais jovem, antes dos 50 anos, faixa em que a doença era mais registrada”

Por: Victoria Brasil 

Imagem: Divulgação/Anup