Amazônia registra mais de uma queimada por minuto nos últimos dias

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) indicam que, na Amazônia, foram registrados 1.442 queimadas no domingo (24) e 1.988 na segunda-feira (25), ou seja, 3.430 focos de calor em dois dias, o que equivale a mais de uma queimada a cada minuto. Esse aumento significativo contribui para o total de 52.104 focos de calor, representando um crescimento de 81% em relação ao mesmo período do ano anterior.

O bioma, até esta segunda-feira (26), contabiliza 52.104 focos de calor, 81% a mais que no mesmo período de 2023.

A ocorrência de grandes queimadas em São Paulo, no Cerrado e no Pantanal tem gerado um problema de saúde pública no Brasil, com a disseminação de nuvens de fumaça que afetam a qualidade do ar em diversos estados. A fumaça gerada pode ter influenciado os incêndios ocorridos no Norte do país.

A onda de incêndios na Amazônia mostra sinais de intensificação. Após um leve recuo na quinta-feira (21/8), o número de queimadas voltou a subir, atingindo 1.659 no sábado, segundo o Inpe.

As queimadas na Amazônia atingiram um novo pico em agosto, com 27.181 focos de calor registrados até o momento. Esse número supera o recorde anterior, estabelecido em julho. O aumento é esperado, pois segue o padrão histórico de maior atividade de queimadas durante o período mais seco da Amazônia.

Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, em entrevista coletiva no domingo, mencionou algumas iniciativas do governo federal para controlar o fogo:

“O que temos aqui é um governo que já tem uma situação que já está trabalhando há mais de dois meses, uma série de medidas que vem sendo tomada, inclusive do ponto de vista legal, diminuindo o interstício para a contratação de brigadistas, mudando a legislação para apoio externo, caso seja necessário”

A ampla cobertura da imprensa sobre as queimadas no Brasil foi impulsionada pela intensa fumaça que se espalhou por diversas regiões do país, incluindo o Distrito Federal, Goiás e Minas Gerais. Imagens de satélite do Inpe revelaram o deslocamento da fumaça originada na Amazônia, impactando a qualidade do ar em diversas localidades.

“Tivemos a soma de mudança na fluxo das correntes de vento das regiões Norte e Sudeste do Brasil, somando com as nossas fumaças de nossas queimadas aqui, virou aquilo que pudemos observar no domingo. A frente fria criou uma barreira, com isso o fluxo de ventos começou a correr pelo centro do Brasil”, explicou André Amorim, gerente do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo).

Um levantamento do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) revela que 17 unidades da Federação, incluindo o Distrito Federal, passam por uma severa estiagem desde os anos 1980.

Os outros 16 estados afetados pela seca são: Amazonas, Acre, Rondônia, Mato Grosso, Pará, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Piauí, Maranhão e Tocantins.

Por: Beatriz Queiroz
Foto: Victor Moriyama/Getty Images