Em entrevista a Luciano Huck, Zelensky diz que tem um plano de paz para encerrar guerra entre Rússia e Ucrânia

Gravando um documentário inédito sobre a Ucrânia para o Globoplay, o apresentador Luciano Huck publicou, nesta terça-feira (26), no jornal O Globo, trechos exclusivos da entrevista que o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, concedeu a ele. Na sabatina, o presidente da Ucrânia disse que tem um plano de paz para dar fim a guerra com a Rússia, que se iniciou com a invasão russa em 24 de fevereiro de 2022.

“Temos um plano de paz, que pretendo apresentar até novembro. Mas a pergunta que fica é: os russos concordarão?”, questionou Zelesnky.

O chefe de Estado ucraniano ainda disse estar seguro de que a maioria dos países vai apoiar o plano que ele vai apresentar. Ele também afirmou que quer os russos participando e que “eles precisam estar no tratado de paz”. Na visão dele, o futuro plano pressionaria Vladimir Putin, o presidente da Rússia, a participar do acordo, terminando, assim, a guerra.

Ao ser perguntado por Huck se ele estaria disposto a devolver terras russas, se Putin devolvesse as terras ucranianas, o presidente ucraniano disse que sim por, nas palavras dele, não precisar da terra do país vizinho.

Na publicação do O Globo, Huck também pediu que Zelesnky mandasse um recado para Lula e ao Brasil. Zelesnky relembrou que se reuniu com Lula, mas disse não entender a relação do Brasil com países que ele considera serem antidemocráticos.

“Tive uma reunião com o presidente Lula e vi que ele me entendeu. Porque tivemos um diálogo muito bom, realmente bom. Estou agradecido por isso, mas ele vive as narrativas da União Soviética. É uma pena. Ele pensa na Rússia como se hoje ainda existisse a União Soviética. A China é um país democrático? Não. E o que dizer sobre o Irã? É um país democrático? Não. E o que dizer da Coreia do Norte? Eles não são países democráticos.”, refletiu ele.

“Então, o que o Brasil, um grande país democrático, faz nessa companhia? Eu não consigo entender esse círculo de países. É normal quando você tem relações econômicas, mas estamos falando sobre uma guerra, não é sobre relações econômicas. É sobre geopolítica, é sobre valores, é sobre pessoas. É sobre democracia, propósito e liberdade. O que um país democrático e livre como o Brasil está fazendo junto com países que não respeitam estes valores?”, concluiu ele.

 

Créditos da imagem: Divulgação/Commons

Escrito por: Rafael Ajooz