Uso indevido de Venvanse cresce no Brasil e dependência e riscos aumentam com medicamento de alto custo

Disponível no mercado brasileiro desde 2010, o Venvanse é um estimulante do Sistema Nervoso Central (SNC), indicado para tratar Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e compulsão alimentar. Derivado da anfetamina, o medicamento tem como princípio ativo o dimesilato de lisdexanfetamina e é altamente controlado, sendo vendido com receita amarela devido aos riscos de dependência.

Apesar de sua eficácia no tratamento das condições indicadas, o Venvanse tem sido alvo de uso indevido e até de roubo por quadrilhas especializadas em medicamentos de alto custo. O psiquiatra Bruno Brandão alerta que o uso sem prescrição pode levar à dependência, além de efeitos colaterais graves como pressão alta, insônia, perda de apetite, aumento da ansiedade e riscos de psicose.

O aumento do consumo sem indicação médica, muitas vezes por meio de aquisição ilícita ou obtenção de receitas em consultas, é preocupante. Bruno destaca que, sem diagnóstico de TDAH ou compulsão alimentar, o uso do Venvanse é injustificado e perigoso. Além disso, o efeito desejado de melhora de performance tende a desaparecer com o tempo, levando à necessidade de doses maiores.

O Venvanse é semelhante à Ritalina, outro estimulante usado para tratar TDAH, com riscos e potenciais de dependência similares. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que mais de 50% dos medicamentos são prescritos ou vendidos de forma inadequada, reforçando a importância de um uso responsável e monitorado por profissionais de saúde.

Por: Luiza Torrão

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