No último sábado (17), o X, anteriormente conhecido como Twitter, anunciou o fechamento de seu escritório no Brasil. Elon Musk, proprietário da plataforma, afirmou que a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tornou inviável a continuidade da rede social no país. Como resultado, a empresa encerrou suas operações no Brasil e demitiu toda a equipe local.
O comunicado da empresa responsabiliza exclusivamente o ministro Moraes pelo encerramento das operações, alegando que ele ameaçou o representante legal da empresa com prisão por não cumprir ordens de censura. A nota menciona que a empresa divulgou uma ordem secreta de Moraes para expor suas ações.
Apesar do fechamento do escritório e da redução da equipe, o X continua funcionando normalmente no Brasil, e os usuários ainda podem acessar a plataforma. A empresa esclarece que a saída do país não afeta o funcionamento do aplicativo.
Especialistas como Arthur Igreja, especialista em Tecnologia e Inovação, afirmam que a redução drástica no quadro de funcionários do X, iniciada após a aquisição por Musk em 2022, não impacta o acesso dos usuários ou anunciantes. Segundo Igreja, o episódio pode ser uma estratégia para mobilizar o público e desafiar o sistema judicial brasileiro.
Carlos Affonso de Souza, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro (ITS), observa que o fechamento do escritório parece ser uma estratégia ligada às mudanças na moderação de conteúdo e segurança, que já vinham sendo anunciadas por Musk. Ele sugere que o X pode enfrentar uma situação similar à do Telegram, que também enfrentou ameaças de suspensão.
A legislação brasileira exige que empresas tenham um representante legal no país, o que impede uma desativação total do X no Brasil. Portanto, mesmo com a redução de equipe, a empresa ainda precisa cumprir esse requisito para operar legalmente no país.
Por Luiza Torrão
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