Polícia Federal investiga crime doloso em queda de avião que matou 62 pessoas em Vinhedo

Laudos do Instituto Nacional de Criminalística (INC) e da Força Aérea Brasileira (FAB) que investigam acidente aéreo ocorrido em Vinhedo (SP) são aguardados por equipes do Departamento da Polícia Federal para que possíveis suspeitos ou causas da fatalidade sejam identificados.

A PF apura se falhas na manutenção podem ter causado a queda da aeronave ATR 72 da Voepass. A investigação vai analisar a documentação de manutenção e funcionalidade de todos os equipamentos. Depoimentos de ex-funcionários apontam para uma série de problemas, incluindo a utilização improvisada de um palito de fósforo para reparar o sistema antigelo. Uma das suspeitas da queda feita anteriormente em uma análise pelo meteorologista Humberto Barbosa é exatamente uma falha no sistema de anticongelamento.

As caixas-pretas indicam que o copiloto tentou aumentar a potência do avião pouco antes da queda, além de registrar gritos dos passageiros. A conduta do piloto também será investigada de acordo com diálogos registrados pelo gravador de dados do voo.

De acordo com o portal Metrópoles, pessoas associadas à investigação informam que ainda é cedo para se falar em suspeitos, mas não são desconsideradas hipóteses de que possa ter ocorrido crime culposo, por negligência ou imprudência, ou até crime doloso com dolo eventual, quando assume o risco, mesmo sem intenção de cometê-lo.

Peritos do INC vão incluir uma análise detalhada sobre as condições da aeronove, incluindo sua manutenção e equipamentos. Além disso, a cronologia exata dos eventos, as condições climáticas no momento do acidente e possíveis “fatores humanos” serão cuidadosamente examinados em um segundo laudo, com prazo de ser concluído em até um ano.

Por: Beatriz Queiroz

Foto: Arquivo OnBus