Delegacia de Crimes Raciais investiga denúncia de racismo contra modelo em shopping do Rio

Nesta terça-feira (13), a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) começou a investigar a denúncia de preconceito racial cometido contra a modelo d 24 anos Yanca Ellen dentro das Lojas Americanas, no Carioca Shopping, Zona Norte do Rio. A denúncia já havia sido registrada há um mês na 27ª DP (Vicente de Carvalho), como Crimes do Código do Consumidor, por expor o consumidor ao ridículo. Contudo, para Yanca, o constrangimento era uma forma de racismo velado e devia ser investigado a fundo.

A modelo compareceu à delegacia especializada, junto com um advogado, para ter suporte e seguir com a denúncia contra um funcionário da loja. “Na 27ª DP foi um descaso total. Inclusive, fui lá com o meu advogado há cerca de duas semanas para pegar as imagens de câmeras de segurança do shopping, mas a gente foi muito maltratado por um policial. O delegado até pediu desculpa por não ter dado tanta importância no dia do caso”, relatou ao veículo O Dia.

Atualmente, Yanca está reunindo provas contra a violência sofrida dia em 12 de julho, quando foi perseguida e humilhada por um funcionário que suspeitou que a mesma tivesse roubado produtos das Lojas Americanas, que fica localizada no Carioca Shopping. De acordo com a vítima, ela entrou no estabelecimento com o objetivo de comprar itens pessoais, além de pesquisar preços de materiais de papelaria, pois havia se matriculado em uma faculdade. Ainda na loja, ela comprou chocolates e foi embora. Cerca de 50 metros de distância da unidade, um funcionário da empresa a abordou e pediu para revistá-la.

Fui simplesmente coagida por um funcionário da loja que exigiu para ver as notinhas, pois eu estava com duas bolsas de compras anteriores, de produtos de beleza, e nas Americanas havia comprado apenas um chocolate na promoção de cinco por dez reais“, disse Yanca. A modelo, que estava fragilizada, se sentiu constrangida pela situação e disse que não recebeu apoio de ninguém. Ela procurou os agentes da PM, mas foi tratada com descaso.

A Polícia Civil informou, no dia 16 de julho, que o caso foi tipificado como Crimes do Código do Consumidor pelo fato da vítima não ter apresentado no termo de declaração elementos que mostrasse que houve racismo. A corporação também negou que a modelo tivesse sido distratada na 27ª DP.

Por: Ágatha Araújo

Foto: reprodução